7 Nov 2023 MATHEUS PIOVESANA
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 9,040 bilhões no terceiro trimestre, resultado 11,9% maior do que o do mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre deste ano, o lucro do maior banco da América Latina cresceu 3,4%.
Em balanço divulgado ontem, o Itaú informou que houve avanço em suas receitas, que foi acompanhado de uma melhora na qualidade de crédito, com a inadimplência ficando estável na margem. Essa maior qualidade do perfil de crédito de suas carteiras tem contribuído para que o Itaú apresente desempenho melhor que os seus principais concorrentes privados.
No trimestre passado, a carteira de crédito do banco cresceu 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 1,163 trilhão. A alta foi puxada pelo segmento de grandes empresas, que avançou 7,3% no período.
O Itaú chegou ao final de setembro com a inadimplência acima de 90 dias em 3%, mesmo patamar do final de junho, e 0,2 ponto porcentual acima dos 2,8% de um ano antes. A inadimplência da carteira de financiamentos para pessoa física ficou em 4,9%, mesmo patamar do final de junho, e 0,2 ponto porcentual acima do nível de um ano antes.
AJUSTES. A margem do banco com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, subiu 9,3% em comparação com setembro de 2022, para R$ 25,559 bilhões, número 2,5% superior ao do segundo trimestre. O Itaú afirma que o maior volume de crédito e a maior quantidade de dias corridos favoreceram esse resultado.
As receitas de serviços (cobrança de tarifas) somaram R$ 10,694 bilhões, com alta trimestral de 3,2% e anual de 2,7%. Já as despesas administrativas ficaram em R$ 14,742 bilhões, com avanço trimestral de 3,3% e anual de 5,8%.
Na tesouraria, que realiza as operações do banco nos mercados de capital e financeiro, o resultado foi de R$ 715 milhões, alta de 38,6% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, mas uma queda de 33,1% em um trimestre. Além de contabilizar as exposições do banco no mercado brasileiro, a tesouraria também inclui a proteção cambial que o banco faz do capital que mantém alocado em suas operações na América Latina.
No trimestre, o banco reconheceu ainda um impacto negativo de R$ 1,212 bilhão referente à venda do Itaú Argentina, finalizada na semana passada com o pagamento de US$ 50 milhões pelo banco Macro, instituição do país vizinho que comprou a operação. O lucro recorrente, de R$ 9,04 bilhões, não considera o impacto desse resultado negativo.
TRANSFORMAÇÃO. Em função da venda das operações na Argentina, o Itaú revisou suas projeções para a carteira de crédito. A expansão de 6% a 9% das operações esperadas anteriormente foi revista agora para uma faixa entre 5,7% e 8,7%. O guidance (projeção) para o aumento das receitas com prestações de serviço passou da faixa de 5% a 7%, para 4,7% e 6,7%.
“Nossos números refletem a transformação da nossa cultura e jeito de trabalhar. Nosso e-NPS (employee net promoter), que avalia a satisfação dos colaboradores, está na máxima histórica”, afirmou em nota o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy.
Em razão disso, destacou o executivo, o banco está no topo de publicações que elegem as melhores companhias para se trabalhar no País. “Estamos mais diversos, ágeis, inovadores e motivados para continuar entregando valor aos nossos clientes e resultados consistentes e sustentáveis”, disse.
No final do terceiro trimestre, o Itaú tinha R$ 2,678 trilhões em ativos totais, alta de 10,6% em um ano, e de 3,6% em um trimestre. Houve crescimentos em aplicações interfinanceiras de liquidez e também nas carteiras de títulos de valores mobiliários
O patrimônio líquido era de R$ 174,042 bilhões, 10,7% maior que um ano antes, e 2,9% superior ao observado em dezembro de 2022. A rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), foi de 21,1%, alta de 0,1 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 ponto ante o trimestre anterior.
De acordo com o diretor financeiro do Itaú, Alexsandro Broedel, a rentabilidade do banco foi sustentada pelo crescimento das receitas e da carteira de crédito. “Nossos índices de atraso se mantêm estáveis, o custo do crédito diminuiu e atingimos 39,8% de índice de eficiência nos últimos nove meses, melhor nível da história do Itaú Unibanco”, afirmou o executivo. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

