A BlauCotação de Blau Farmacêutica registrou um lucro de R$ 70,5 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 29% em relação ao resultado positivo de R$ 99,4 milhões reportado no mesmo período do ano passado.
Esse resultado, segundo diretor-presidente da Blau, Marcelo Hahn, pode ser explicado pela diferença contábil não recorrente dos laboratórios Bergamo, que foram registrados no terceiro trimestre de 2023 como um efeito de compra vantajosa.
Desconsiderando esse efeito, o lucro líquido recorrente da Blau chegou a R$ 69 milhões, quase três vezes os R$ 26 milhões apresentados um ano antes.
Hahn, em entrevista ao Valor, comemorou os resultados após um ano de 2023 mais difícil e atribuiu essa melhora às reestruturações das áreas de gestão e comercial. “Apesar da base de comparação atípica, tivemos um excelente trimestre e a companhia teve solidez financeira para continuar investindo”, diz o executivo.
Na mesma base de comparação, a receita avançou 31%, para R$ 474 milhões, um patamar recorde para a companhia, impulsionado pela alta de 35% no faturamento do segmento hospitalar, que chegou a R$ 413 milhões.
A divisão de varejo, estética e plasma teve um crescimento mais modesto na receita, de 8%, para R$ 60 milhões. Hahn explica que esse desempenho mais fraco pode ser atribuído às operações no Estados Unidos, onde há um processo de transição no portfólio dos clientes. Porém, considerando apenas os segmentos de varejo e estética, o faturamento cresceu 24% ante o terceiro trimestre de 2023.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a R$ 118 milhões, uma expansão de 139% no ano. A margem Ebitda também subiu de 13,6% para 24,9%.
As provisões para devedores duvidosos (PDD) estavam negativas em R$ 1 milhão ao final do terceiro trimestre, ante o resultado positivo de R$ 7 milhões apresentado um ano antes. Hahn comenta que houve uma normalização em relação às PDD atípicas apresentadas no segundo trimestre, de R$ 15 milhões, e que essa diferença é um resultado parcial de saldos provisionados em trimestres anteriores.
A dívida líquida caiu R$ 65 milhões em relação ao segundo trimestre, para R$ 78 milhões no final de setembro. Assim, a alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda, ficou em 0,2 vez, ante 0,4 vez do trimestre passado.
“A companhia tem uma educação financeira bem rígida focada no crescimento sustentável por meio de recursos próprios, evitando recorrer ao capital de terceiros, em meio à alta de juros, para investir nos nossos projetos”, comenta Hahn.
Prédio da Blau Farmaceutica — Foto: Divulgação/BlauFonte: Valor Econômico