Os títulos do Tesouro começaram a semana em queda, à medida que operadores reduziram as apostas em cortes de juros do Federal Reserve após o forte relatório de empregos divulgado na sexta-feira nos EUA.
Os rendimentos dos títulos de referência de 10 anos subiram até quatro pontos-base nesta segunda-feira, chegando a 4,80%, a maior marca desde novembro de 2023. Os rendimentos da dívida de 30 anos também avançaram para próximo de 5%, após terem ultrapassado esse nível na sexta-feira pela primeira vez em mais de um ano.
A liquidação é motivada pelas preocupações com pressões inflacionárias persistentes e pelo crescente endividamento público, levando o mercado monetário a reduzir as apostas de cortes de juros nos EUA para menos de uma redução neste ano. Esse movimento repercute nos mercados globais, com um indicador do dólar disparando para a máxima de dois anos e títulos europeus pressionados.
“A grande questão para o mercado agora é se o Fed realmente precisa cortar juros ainda neste ano”, afirmou Chris Turner, chefe de estratégia de câmbio do ING. “A força do dólar e os rendimentos firmes dos EUA estão testando o sistema financeiro.”

Na sexta-feira, os mercados receberam mais evidências da resiliência da economia norte-americana, com as folhas de pagamento não agrícolas (non-farm payrolls) aumentando em 256 mil em dezembro — o maior número desde março e acima de todas as projeções, exceto uma, em pesquisa da Bloomberg com economistas.
A mudança nas expectativas em relação ao Fed está sustentando o dólar, com o Bloomberg Dollar Spot Index alcançando o nível mais alto desde novembro de 2022 nesta segunda-feira. Isso ajudou a derrubar a libra para seu menor valor em mais de um ano, pois os ativos do Reino Unido permanecem no epicentro da reprecificação global, enquanto o yuan offshore caiu para perto de uma mínima recorde.
Agora, os operadores se perguntam até onde os rendimentos dos EUA podem subir, com alguns cogitando até mesmo a possibilidade de novas elevações de juros pelo Fed. As atenções se voltam aos dados de preços ao produtor (PPI) na terça-feira e, em seguida, ao índice de preços ao consumidor (CPI) na quarta-feira, para avaliar melhor as perspectivas de política monetária.
“A inflação é realmente o dado-chave desta semana”, disse Laura Cooper, estrategista global de investimentos na Nuveen, em entrevista à Bloomberg TV. “Para a narrativa do mercado, o risco é que ela mude para altas de juros.”
Fonte: Financial Times
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