Por Dow Jones — Washington
29/05/2023 10h41 Atualizado há 23 horas
O Congresso entrou em uma semana crucial que testará se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Partido Democrata), e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy (Partido Republicano), conseguirão obter apoio suficiente de seus respectivos partidos para um acordo para elevar o teto de US$ 31,4 trilhões da dívida pública antes de 5 de junho e assim evitar um calote sem precedentes.
O acordo que Biden e McCarthy finalizaram no domingo aumentaria o limite de empréstimos por dois anos, após a eleição de 2024, e reduziria os gastos do governo durante esse período. Ele reduziria os gastos com as prioridades domésticas favorecidas pelos democratas, ao mesmo tempo em que aumentaria os gastos com Defesa em cerca de 3%, e estenderia os limites da assistência alimentar a alguns beneficiários em um esforço para incentivá-los a encontrar empregos.
A Câmara aparecia como o principal obstáculo para a aprovação, já que a oposição das duas alas de cada partido tornava incerta a aprovação em uma votação prevista para quarta-feira. Os conservadores diziam que os cortes orçamentários não eram suficientes, enquanto os progressistas diziam que o pacto prejudicava os cidadãos mais necessitados.
McCarthy indicou no fim do domingo que seus contadores de votos, ou “whips”, haviam iniciado o trabalho de angariar apoio entre os legisladores do Partido Republicano.
Os republicanos estavam se preparando para se apoiar nos votos democratas devido às deserções anunciadas por pelo menos seis republicanos. Em uma Câmara estreitamente dividida a favor dos republicanos, 222-213, McCarthy não pode perder mais do que quatro republicanos sem contar com o apoio dos democratas, supondo que todos os membros participem da votação.
O líder da minoria na Câmara, o democrata Hakeem Jeffries, disse ao programa “Face the Nation”, da CBS, no domingo, que “pelo que sei, eles estão comprometidos em produzir pelo menos 150 votos, se não mais. Foram eles que negociaram esse acordo com a Casa Branca, e espero que forneçam um número significativo de votos para que ele seja aprovado”. A aprovação requer o apoio de 218 legisladores se todos os membros da Câmara votarem.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse recentemente que os EUA poderiam não conseguir pagar todas as suas contas em dia se o Congresso não aumentasse o teto da dívida até 5 de junho, depois de ter dito anteriormente que os EUA poderiam chegar a esse ponto já em 1º de junho. Seu novo prazo específico deu aos legisladores uma meta para concluir as negociações e aprovar a legislação.
O primeiro teste crítico será a votação na Câmara, prevista para quarta-feira. Em seguida, o Senado deverá realizar votações que poderão se estender até o próximo fim de semana. Se nenhuma legislação for promulgada até 5 de junho, os EUA ficarão sem dinheiro para pagar todas as suas contas, o que poderá abalar os mercados financeiros e mergulhar as economias americana e global em recessão.
Espera-se que os membros da Câmara retornem a Washington na terça-feira, após o fim de semana prolongado do Memorial Day, antes da votação. McCarthy tem uma maioria extremamente pequena para trabalhar na Câmara, mas poderá contar com algum apoio democrata para compensar as deserções republicanas.
Fonte: Valor Econômico
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