Empresa sediada na Suíça mira nos segmentos de comércio eletrônico, saúde e energia renovável
Por Taís Hirata — De São Paulo
06/03/2023 05h01 Atualizado há 4 horas
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Goldhammer, presidente para America do Sul, diz que a estratégia de expansão também poderá incluir aquisições, como forma de entrar em novos mercados — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
A Kuehne+Nagel, multinacional de logística sediada na Suíça, planeja expandir suas atividades no Brasil nos próximos anos. O foco principal de crescimento será nos setores de cuidados médicos, de equipamentos para geração de energia renovável e de comércio eletrônico. “Os três segmentos são aqueles com maior potencial no Brasil e na região”, afirmou Ingo Goldhammer, presidente do grupo para a América do Sul e Central.
No Brasil, a companhia atua no transporte de carga por via aérea e marítima, na gestão de armazéns e na distribuição ao cliente final (“last mile”). Em 2018, a empresa vendeu sua divisão de transporte terrestre para a BBM Logística.
A indústria de saúde, que inclui desde medicamentos a equipamentos médicos, é um dos principais negócios para a Kuehne+Nagel, que, na região, é líder no segmento, segundo ele. “Este é, e seguirá, uma prioridade.”
Em 2022, a expansão no setor para a empresa foi de 5% e, neste ano, a previsão é uma alta de 10%. A companhia movimentou no país 14 mil toneladas por via aérea e 7 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) por via marítima no ano passado.
Outra área prioritária, a de equipamentos para geração de energia renovável, teve expansão significativa em 2022, quando foram movimentadas 45 mil toneladas por avião e 4 mil TEUs por embarcações. O crescimento foi de 36% em relação ao ano anterior. Em 2023, a projeção é de nova alta, de 10%, nos negócios.
Já o comércio eletrônico, segmento que teve grande salto durante a pandemia, ainda deverá ter um avanço de 18% em 2023. Neste ano, a Kuehne+Nagel planeja começar a atuar com e-commerce no Rio de Janeiro, em cinco locais. Atualmente, a empresa já opera em 22 pontos, nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, dentro do segmento.
Apesar da projeção otimista, há uma perspectiva de maior estabilização no comércio eletrônico, segundo Goldhammer. “O crescimento exponencial que tivemos foi provocado pela pandemia e por uma maior confiança do consumidor nas compras eletrônicas, porque as pessoas não tinham alternativa, e todos começaram a ver que o serviço funcionava. Desde então tivemos muitas melhorias nas empresas, nos centros de distribuição, nos prazos de entrega, que hoje estão nos níveis de mercados maduros”, disse. Em 2022, A empresa teve crescimento de 60% no negócio, que movimentou 50 milhões de pacotes no ano.
Para além das perspectivas de crescimento orgânico, a estratégia de expansão da Kuehne+Nagel também poderá incluir aquisições, como forma de entrar em novos mercados, afirma o executivo. “É uma estratégia focada em setores onde conseguiríamos crescimento ou acesso a um conhecimento muito específico, a um setor de logística particular. Temos exemplos disso na região andina. No Brasil temos [aquisições em análise]”, disse ele.
Para Goldhammer, os impactos da pandemia na cadeia de logística já se reduziram significativamente. “A situação não está 100% normalizada, mas muito melhor. A capacidade para a carga aérea aumentou à medida que os voos de passageiros foram retomados. No setor marítimo, há um avanço substancial, sobretudo nos congestionamentos.”
Fonte: Valor Econômico