29 Aug 2023
O julgamento do ex-presidente Donald Trump no processo federal em que é acusado por tentar reverter a última eleição foi marcado para 4 de março de 2024, um dia antes da Superterça, a data mais importante das primárias, dia em que a maioria dos Estados escolhe um candidato à presidência. Nesse dia, cerca de um terço de todos os delegados é designado. O resultado é considerado um indicador do vencedor das prévias, que começam em janeiro, no Estado de Iowa.
Outros dois julgamentos do ex-presidente devem ocorrer durante as prévias do Partido Republicano, que serão realizadas até o meio do ano. A equipe do promotor especial Jack Smith, que conduziu a investigação e denúncia formal de Trump, havia pedido que as audiências começassem em janeiro.
ESTRATÉGIA. A defesa alegou que precisaria de mais tempo para se preparar diante do volume de evidências e tentou empurrar a data para abril de 2026. De acordo com o advogado John Lauro, são 12 milhões de páginas de documentos – um número que os promotores consideram exagerado.
A procuradora Molly Gaston, por sua vez, afirmou que boa parte das evidências já é conhecida pela defesa e a urgência de um julgamento rápido é “sem precedentes”. A juíza Tanya Chutkan optou pelo meio do caminho: o julgamento será um pouco depois do que pediu a acusação e antes do que queria a defesa. “O público tem direito a uma resolução rápida e eficiente dessa questão”, disse.
Também em março, Trump deverá ser julgado em Nova York pela compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, para ocultar uma relação com ele. Em maio, ele vai a julgamento pelo caso dos documentos secretos encontrados na mansão da Flórida.
O ex-presidente ainda é réu em outro caso que envolve a tentativa de reverter a derrota para Joe Biden em 2020, um processo estadual na Georgia, que correu em paralelo com o inquérito conduzido pela equipe de Smith.
A promotora Fani Willis solicitou que o julgamento tivesse início também em 4 de março. O prazo considerado curto gerou críticas e ainda não foi aprovado. Líder nas pesquisas, o ex-presidente nega todas as acusações e se diz vítima de “perseguição”.
Fonte: O Estado de S. Paulo

