A administração Biden está prestes a anunciar novas tarifas pesadas sobre a importação de materiais críticos da China, em um esforço final para proteger a manufatura americana da indústria dominante de tecnologia limpa do país asiático.
O escritório do representante comercial dos EUA anunciará nesta quarta-feira um aumento para 50% na tarifa sobre wafers solares e polissilício chineses, além de impor uma taxa de 25% sobre produtos de tungstênio, de acordo com fontes familiarizadas com os planos.
As novas tarifas, que entrarão em vigor em 1º de janeiro, poucas semanas antes de Donald Trump substituir Joe Biden na Casa Branca, visam proteger o setor de energia solar em rápido crescimento nos EUA de fornecedores chineses de baixo custo.
Os wafers solares e o polissilício são essenciais na fabricação de células solares, enquanto o tungstênio é usado em produtos que vão de armas a chips de computador. As novas tarifas destacam a preocupação de Washington com a dependência excessiva dos EUA da China para materiais cruciais à segurança energética e ao setor tecnológico do país.
A decisão marca o fim de quatro anos nos quais Biden combinou bilhões de dólares em subsídios para manufatura de tecnologia limpa e semicondutores com tarifas punitivas sobre insumos chineses, em um esforço para revitalizar o cinturão industrial dos EUA e impulsionar a indústria doméstica.
A medida ocorre em meio a relações comerciais tensas entre as duas maiores economias do mundo. Os EUA e outros países ocidentais têm acusado Pequim de práticas desleais, enquanto Washington tomou medidas para restringir a exportação de tecnologias que poderiam ser usadas pelo setor militar chinês.
Nesta semana, a China abriu uma investigação antitruste contra a gigante de chips Nvidia e recentemente anunciou restrições à exportação de minerais críticos necessários para chips e ferramentas militares para os EUA.
Trump, que iniciou uma guerra comercial contra a China em 2018, repetidamente ameaçou a poderosa indústria exportadora do país durante sua bem-sucedida campanha presidencial neste ano.
O presidente eleito republicano prometeu impor tarifas de até 60% sobre produtos chineses e recentemente afirmou que adicionaria taxas relacionadas à sua acusação de que Pequim teria permitido o tráfico de drogas para os EUA.
As novas tarifas sobre energia limpa a serem anunciadas nesta quarta-feira são o último passo resultante de uma revisão de três anos realizada pela administração Biden sobre as tarifas impostas à China por Trump em seu mandato anterior.
Os funcionários comerciais de Biden já haviam decidido manter as tarifas da era Trump sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses, mas ampliaram o escopo para atingir indústrias estratégicas, como energia limpa e fabricação de chips.
As medidas mais recentes foram inicialmente propostas a empresas americanas para comentários em setembro e seguem um pacote anunciado em maio, quando Biden quadruplicou para 100% a tarifa sobre veículos elétricos chineses e aumentou drasticamente as taxas sobre outras peças de tecnologia limpa da China.
A iniciativa ocorre em um momento em que as relações entre EUA e China permanecem profundamente abaladas, apesar dos esforços dos últimos dois anos para estabilizar os laços.
A China tem acusado repetidamente a administração Biden de tomar medidas para impedir seu desenvolvimento econômico. O presidente Xi Jinping disse a Biden, em um encontro no Peru no mês passado, que esforços para prejudicar o desenvolvimento econômico chinês eram uma “linha vermelha” que Washington não deveria ultrapassar.
Funcionários dos EUA responderam que suas políticas visam proteger a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos.
Fonte: Financial Times
Traduzido via ChatGPT

