A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,18% em novembro, após alta de 0,09% em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa, no entanto, é a menor para o mês desde 2018, quando houve queda de 0,21%.
O resultado de novembro ficou abaixo da mediana das projeções de 31 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de 0,19% de alta, e acabou dentro do intervalo das projeções, que iam de elevação de 0,15% a 0,24%.
No ano, o IPCA acumula alta de 3,92%. Nos 12 meses até novembro, o índice aumentou 4,46%, abaixo dos 4,68% dos 12 meses imediatamente anteriores. Para o resultado em 12 meses, a expectativa do mercado era de 4,47%, segundo o Valor Data, com intervalo das estimativas entre 4,43% e 4,53%.
A última vez que o IPCA tinha ficado abaixo dos 4,5% no acumulado em 12 meses tinha sido em setembro de 2024 (4,42%).
Com isso, o resultado de novembro ficou abaixo do teto da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central (BC). A meta de inflação é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Pelos novos parâmetros, da meta contínua de inflação, o IPCA ultrapassa o alvo se a inflação em 12 meses permanecer acima de 4,5% por seis leituras seguidas
Das nove classes de despesas avaliadas, houve mudança de rumo em alimentação e bebidas (de 0,01% para -0,01%), saúde e cuidados pessoais (de 0,41% para -0,04%) e habitação (de -0,30% para 0,52%).
Aprofundaram a queda entre outubro e novembro artigos de residência (de -0,34% para -1%) e comunicação (de -0,16% para -0,20%). Subiram menos vestuário (de 0,51% para 0,49%) e educação (de 0,06% para 0,01%). Com alta mais marcada, apareceram transportes (de 0,11% para 0,22%) e despesas pessoais (de 0,45% para 0,77%).
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
A inflação se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA em novembro. O Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços num período, subiu para 55,7% em novembro, após ficar em 52,3% em outubro, segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.
Sem alimentos, um dos grupos considerados mais voláteis, o indicador passou de 54,5% em outubro para 49,3% em novembro.
Fonte: Valor Econômico

