O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou este mês uma queda de 0,14%, e ficou 0,47 ponto porcentual abaixo do resultado de julho (0,33%), segundo dados divulgados nesta terça-feira, 26, pelo IBGE. É a primeira deflação mensal do indicador desde julho de 2023. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,26% e, em 12 meses, 4,95%, abaixo dos 5,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, o IPCA-15 foi de 0,19%.
O resultado ficou acima da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que projetavam uma queda de 0,21%, com intervalo entre retração de 0,28% a uma alta de 0,29%.
De acordo com o IBGE, além do grupo Comunicação, que teve queda de 0,17% no mês, os três grupos de maior peso no índice tiveram queda no nível de preços de julho para agosto: Habitação (-1,13%), Alimentação e Bebidas (-0,53%) e Transportes (-0,47%). “Os demais grupos variaram entre o 0,03% de Artigos de Residência e o 1,09% de Despesas Pessoais”, diz a nota do instituto.
No caso do grupo Habitação, a queda contou com uma participação importante da energia elétrica residencial, que recuou 4,93% em agosto por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas contas de luz este mês. “Ressalta-se que, em agosto, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos”, disse o IBGE.
O grupo Alimentação e Bebidas registrou queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo, com a alimentação no domicílio recuando 1,02% em agosto, segundo o IBGE. “Contribuíram para esse resultado as quedas da manga (-20,99%), da batata-inglesa (-18,77%), da cebola (-13,83%), do tomate (-7,71%), do arroz (-3,12%) e das carnes (-0,94%)”, informou o instituto.
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,71% em agosto em virtude das altas no lanche (1,44%) e na refeição (0,40%).
O grupo Transportes, por sua vez, saiu de uma alta de 0,67% em julho para a queda de 0,47% em agosto. “O resultado no grupo foi impulsionado pelas quedas nas passagens aéreas (-2,59%.), no automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%). No grupamento dos combustíveis (-1,18%), também recuaram o óleo diesel (-0,20%), o gás veicular (-0,25%) e o etanol (-1,98%)”, informou a nota do IBGE.
Fonte: Estadão

