Por Marsílea Gombata — De São Paulo
06/10/2023 05h01 Atualizado há 4 horas
A queda do investimento, especialmente de bens de capital, preocupa, pois se trata de um termômetro sobre a direção potencial da economia, afirma Silvia Matos, do FGV Ibre.
“A nossa taxa de investimento é baixa em relação aos nossos pares. E está piorando desde o ano passado”, diz. “O investimento deve contrair-se neste ano, mesmo com a construção civil tendo um resultado melhor. Além disso, a nossa produtividade continua muito ruim, apesar da melhora recente influenciada pela agro. Com investimento contraindo-se e crescimento da produtividade baixo não tem como o potencial de crescimento aumentar.”
O Brasil sempre investiu menos que países da região. Dados do FMI mostram que houve leve melhora no ano passado, mas a perspectiva é que a diferença para países da região cresça neste ano.
Em 2019, a taxa de investimento como proporção do PIB do Brasil era de 15,5%, abaixo de Chile (25%), Colômbia (21,3%) e México (21,1%). Em 2022, o investimento chegou a 18,1% no Brasil e neste ano deve chegar a 18,2%.
Os números mostram que em 2019 o Brasil investia 37,9% a menos que o Chile, 27,4% a menos que a Colômbia e 26,6%, que o México. No ano passado, a diferença entre o Brasil e vizinhos diminuiu, com o Brasil passando a investir 28,6% a menos que o Chile, 16,9% a menos que a Colômbia, e 15,9% a menos que o México.
A perspectiva, contudo, é que essa diferença volte a aumentar neste ano e o Brasil invista 26,4% a menos que o Chile, 12% a menos que a Colômbia e 14,5% a menos que o México, projeta o FMI.
Fonte: Valor Econômico

