A gestora Reag, investigada na operação policial Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira, 28, avaliou comprar a securitizadora Virgo, a segunda maior do Brasil, acusada por um ex-diretor de uso irregular de recursos de um fundo para a colocação no mercado de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) de R$ 130 milhões. Os recursos eram destinados à construção de um hospital em Belo Horizonte, a ser alugado para a Oncoclínicas.
Em meio à crise de reputação e de confiança gerada pela denúncia do ex-diretor da Virgo, Eduardo Levy, o fundador e presidente da securitizadora, Ivo Kos, contratou a CVPar para buscar um comprador, segundo fontes. Outras gestoras chegaram a olhar o ativo e as conversas prosseguem, de acordo com as fontes. Desde a semana passada, já foram várias reuniões em busca de uma solução rápida para a securitizadora.
O fundo usado pela Virgo foi fechado para resgate e novas aplicações pela BRL Trust, que administra a carteira, na semana passada. Na sexta-feira, 22, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) começou a investigar o caso após receber a denuncia de Levy, em um documento que tem até fotos de trocas de conversas de WhatsApp entre o comando da securitizadora.
Empresa usou recurso de fundo em CRI
Na denúncia apresentada por Levy, Kos é acusado de usar recursos de um fundo de reservas, que serve para garantir operações, para bancar o CRI do hospital mineiro quando percebeu que não haveria demanda no mercado pelo papel. A Virgo tinha dado garantia firme para a operação. Recursos desses fundos só podem ser usados para aplicação em papéis de renda fixa de risco muito baixo e de alta liquidez, que não era o caso do CRI da Oncoclínicas, como a operação ficou conhecida no mercado.
Após a denúncia ter se tornado pública, a Virgo declarou que “nenhuma lei e nenhum regulamento de mercado foi violado” e ressaltou que a companhia já estruturou mais de “900 operações sem qualquer registro de atuação irregular por parte da securitizadora.”
Em comunicado divulgado ao mercado nesta quinta-feira, a Reag informou que está colaborando com as autoridades.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 28/08/2025, às 16:23.
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Fonte: Estadão

