Por Bloomberg — De Nova York
22/05/2023 05h02 Atualizado há 5 horas
A mais recente pesquisa da Markets Live Pulse aponta que os investidores pretendem aumentar as apostas nos mercados emergentes, um sinal de que essa classe de ativos está se tornando favorita daqueles que temem recessão nos Estados Unidos. Cerca de 61% dos 234 gestores de recursos, analistas e operadores consultados disseram esperar aumentar sua exposição aos ativos de mercados emergentes nos próximos 12 meses, mesmo com o aumento das preocupações com uma possível desaceleração econômica e o rumo que o Federal Reserve (Fed) vai tomar.
Segundo esses profissionais, a classe de ativos oferece proteção se a luta do Fed contra a inflação acabar lançando os EUA em uma recessão. “As economias do mundo em desenvolvimento são hoje lugares muito mais resilientes do que eram há 30 anos, e os bancos centrais dos emergentes têm sido mais responsáveis ao lidar com o aumento da inflação do que o mundo desenvolvido”, diz Justin Leverenz, que gerencia US$ 26 bilhões em ativos do Developing Markets Fund, um dos fundos de ações de emergentes com o melhor desempenho no ano.
“Há um valor significativo em todo o cenário dos mercados emergentes. Nos últimos dez anos, essas economias não só se tornaram mais resilientes, como também foram quase que totalmente negligenciadas pelos investidores globais”, diz. Cerca de 49% dos participantes disseram que mesmo que uma recessão nos EUA leve a uma queda dos ativos emergentes, seu crescimento e avaliações atraentes ainda os ajudarão a superar seus pares dos mercados desenvolvidos.
Malcolm Dorson, um gestor de recursos da Global X Management de Nova York, também diz que os emergentes estão melhor posicionados do que as grandes economias na esteira da pandemia. Isso está ajudando certas nações em desenvolvimento a evitar a ressaca dos mesmos tipos de políticas e estímulos que agora ameaçam os EUA e a Europa. “Vemos um potencial de melhora para emergentes, e a atratividade de longo prazo desses mercados continua inalterada”, afirma Devan Kaloo, chefe global de emergentes da abrdn Plc.
Esse desempenho superior relativo, segundo a pesquisa, provavelmente virá das ações. Cerca de 41% dos participantes disseram que as ações serão a melhor escolha nos emergentes nos próximos 12 meses. “Precisamos de economias emergentes que possam sustentar níveis razoáveis de produção potencial e empresas que possam criar valor”, diz Lewis Kaufman, cujo Artisan Developing Fund, com US$ 3,7 bilhões em ativos, teve até agora no ano um desempenho superior ao de 99% dos fundos de ações baseados nos EUA.
Em termos geográficos, os participantes da pesquisa também aproveitaram as oportunidades surgidas no sudeste da Ásia. “O Sudeste Asiático é um dos melhores lugares para se estar para os investidores de longo prazo”, diz Anindra Mitra, estrategista macro e de investimentos da BNY Mellon Investment Management em Cingapura. O crescimento está se normalizando à medida que a economia da China é reaberta e o setor industrial cresce, segundo Alexander Davey, chefe de capacidade global para ações ativas da HSBC Asset Management.
Fonte: Valor Econômico