Por Agências internacionais
31/10/2022 09h35 Atualizado há 13 horas
A inflação na zona do euro atingiu a taxa anual recorde de 10,7% em outubro, mantendo a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para subir mais o juro, apesar da forte desaceleração do crescimento no terceiro trimestre.
A pressão de alta do índice de preços ao consumidor acelerou de 9,9% em setembro, que já era o mais alto nos 23 anos de história do euro. O dado de outubro, divulgado ontem pela agência de estatística da Comissão Europeia, a Eurostat, também ficou acima do esperado pelos analistas. Foi o 12º mês consecutivo em que a inflação atingiu um recorde na zona do euro, elevando-a para mais de cinco vezes a meta de 2% do BCE.

Claus Vistesen, economista da Pantheon Macroeconomics, disse que os últimos números da inflação foram uma espécie de “pesadelo de Halloween para o BCE”.
A pressão inflacionária dispatou na Europa desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e a decisão de Moscou de reduzir o fornecimento de gás natural para o continente para minar o apoio ocidental a Kiev. Em setembro, a Rússia havia cortado seus suprimentos em 80%.
Segundo a Eurostat, os preços da energia dispararam 41,9% em outubro na comparação anual, enquanto os preços dos alimentos subiram 13,1%. Mas a chamada medida núcleo da inflação, que exclui esses itens voláteis, subiu 5%, de 4,8% em setembro.
Onze dos 19 países da zona do euro registraram inflação de dois dígitos e nos países bálticos — Estônia, Letônia e Lituânia — permaneceu acima de 20%. Mas a inflação desacelerou em quase metade dos estados membros do bloco.
Os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem pela Eurostat confirmaram que o crescimento da zona do euro desacelerou no terceiro trimestre para apenas 0,2% por cento. O número ficou em linha com as expectativas, mas marcou uma desaceleração em relação ao crescimento de 0,8% no trimestre anterior.
Diante dos mais recentes dados apontando enfraquecimento do crescimento, “a questão não é se haverá uma recessão, e sim de quão severa será”, escreveram economistas da Oxford Economics.
Fonte: Valor Econômico

