O ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) Luiz Eduardo Barata defendeu nesta quarta-feira (18) uma “ampla avaliação” por parte do governo sobre a volta do horário de verão ao país, como forma de ajudar a aliviar o estresse do atendimento da demanda por energia elétrica.
A medida foi suspensa em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com ela, a população deve adiantar os relógios em uma hora durante a estação do ano com maior iluminação solar durante o dia.
No momento da suspensão do horário especial, Barata ocupava o cargo de diretor-geral do Operador. Agora, como presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), ele reconhece que o desafio de suprimento pelo sistema entre 18h e 20h permanece. Isso porque é nesse momento do dia que cerca de 30 gigawatts (GW) em oferta de energia solar saem do sistema, dentro do efeito da “rampa da geração solar” demonstrada em representação gráfica.
O ex-diretor do ONS explicou que, em 2019, a defesa do horário de verão perdeu força porque o pico de consumo, durante a estação do verão, foi deslocada do fim do dia para o meio da tarde. Isso passou a ocorrer por volta das 15h, quando há um aumento da temperatura e grande parte da população e comércio liga o ar-condicionado, bem que se popularizou no país nas últimas décadas.
A defesa de análise aprofundada, avaliando prós e contras do horário de verão, foi feita por Barata durante o painel de abertura do 2º Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, em Brasília. “Muitos dizem ‘ah, a economia é pequena’, mas economia é economia, seja de R$ 1, R$ 1 mil, R$ 1 milhão ou R$ 1 bilhão, é economia”, afirmou. “Se não for prejudicial, ela deve ser sim implementada. É importante que o governo tome para si essa responsabilidade, faça uma avaliação ampla”, acrescentou.
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Luiz Eduardo Barata — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Fonte: Valor Econômico

