O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse neste sábado (9) que o governo não conseguirá executar todo o Orçamento de 2023. Entre as razões, segundo ele, está a falta de pessoal.
“Não devia estar dizendo isso, mas não vamos conseguir executar todo o Orçamento este ano. Ainda estamos fazendo concurso para contratar servidores”, disse ele em evento do PT, em Brasília.
Como mostrou reportagem do Valor no mês passado, há, hoje, mais de R$ 28 bilhões em recursos empoçados nos ministérios. Do total de R$ 28,115 bilhões de empoçamento, R$ 24,163 bilhões são recursos de ministérios e outros entes públicos, de acordo com levantamento do Tesouro Nacional realizado no fim de novembro.
Entre as razões apontadas por especialistas para a dificuldade de executar as despesas, estão questões burocráticas, rigidez orçamentária e prazos expirados. Em novembro, o presidente Lula pediu que seus ministros gastem mais e afirmou que dinheiro bom é dinheiro transformado em obras.
Diante de uma militância insatisfeita com as medidas de austeridade fiscal, Haddad disse que sem essas políticas não seria possível “colocar o pobre no Orçamento”, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, um corte severo nos subsídios do Estado a setores específicos da economia é caminho obrigatório para garantir o cumprimento dessa promessa.
“Decidimos, junto com o presidente Lula, que vamos abrir a temporada de caça aos jabutis”, disse Haddad, em referência a apêndices incluído por parlamentares em projetos de lei. “A cada votação no Congresso temos que ficar olhando para cada jabuti e quanto custará cada um”, disse ele, ao defender o veto presidencial em situações como esta.
De acordo com Haddad, a reforma tributária aprovada no Congresso e pendente de ajustes e sanção presidencial vai “acabar com a comida para os jabutis.
“A próxima semana é decisiva para 2024, para um Orçamento mais consistente”, disse Haddad.
O ministro apelou para a importância da continuidade da queda na taxa de juros e disse esperar que a Selic chegue a 11,75% na próxima reunião do Copom.
Também estimou que o Brasil encerrará 2023 com 2 milhões de novos empregos formais.
Fonte: Valor Econômico

