O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta terça-feira que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, teve uma terceira e longa conversa com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. Em entrevista ao chegar ao Ministério, Haddad também se mostrou confiante de que o Brasil vai prosperar nas negociações com os Estados Unidos sobre a ameaça de tarifar os produtos nacionais em 50%.
“O Brasil nunca abandonou a mesa de negociação. Eu acredito que, nesta semana, já há algum sinal de interesse em conversar”, disse o ministro.
Haddad disse ainda que espera que o governo americano se manifeste em relação às cartas enviadas pelo Brasil para que uma solução seja encontrada.
“O foco nosso é uma resposta dos americanos, que eles se manifestem em relação às duas cartas que foram enviadas, para que eles possam se manifestar sobre os pontos de negociações e a gente enderece uma solução”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Haddad afirmou que, antes de dois chefes de Estado conversarem, é necessário uma preparação. “É preciso ter uma certa liturgia para que a coisa aconteça de maneira apropriada”, disse.
“Tem que haver uma preparação antes para que seja respeitosa, para que os dois povos sejam valorizados na mesa de negociação”, completou.
Contingência
Haddad acrescentou que o governo está confiante no plano de contingência elaborado para fazer frente ao tarifaço. Segundo ele, a articulação vai ajudar o Brasil a superar o cenário de imposição da tarifa de 50% sobre os seus produtos.
“Estamos confiantes de que preparamos um trabalho que vai permitir que a gente supere esse momento, que não foi criado por nós. O Brasil estará preparado para cuidar das suas empresas e dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente na mesa de negociação”, disse.
O ministro também destacou que o presidente Lula recebeu com tranquilidade o plano de contingência apresentado ontem e que as empresas brasileiras estão conseguindo mais espaço para negociar nos Estados Unidos.
“O presidente [Lula] demonstrou muita tranquilidade em relação ao plano de contingência. Foram apresentados vários cenários”, afirmou.
Haddad voltou a dizer que não pode antecipar detalhes do plano e ressaltou que o vice-presidente Geraldo Alckmin tem feito um grande esforço na negociação com o governo americano.
Na semana passada, Haddad confirmou que o plano de contingência inclui uma linha de crédito para as empresas. A estimativa do governo é que mais de 10 mil companhias sejam afetadas pelo tarifaço. Também estão em estudo medidas para a proteção do emprego.
Fonte: Valor Econômico

