Com três produtos nas farmácias, plano é buscar registro para o medicamentos na Anvisa
Por Stella Fontes — De São Paulo
08/03/2023 05h02 Atualizado há 8 horas
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Martim Mattos (esq.) e Fabio Furtado, da GreenCare: Registro de medicamento à base de canabinoides é essencial para garantir a perenidade da empresa — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
Fundada em 2018 por sócios brasileiros, a GreenCare está avançando rapidamente no projeto de se consolidar como a principal farmacêutica especializada em cannabis medicinal do país e dona do maior portfólio disponível nas farmácias nacionais.
Com uma nova rodada de captação de recursos aberta, sob coordenação do banco BR Partners, já dedicou R$ 15 milhões para pesquisas de potencial terapêutico de seus produtos e estudos clínicos e planeja dobrar o volume investido em iniciativas dessa natureza, em busca do registro de medicamento para seus produtos, ao mesmo tempo em que amplia presença no varejo farmacêutico.
Como outras empresas que atuam nesse segmento, a GreenCare começou seu negócio auxiliando pacientes na importação de produtos de cannabis para fins terapêuticos, mas já com planos de se converter em indústria.
Hoje, tem três produtos, com diferentes concentrações, disponíveis em farmácias especializadas e nas principais redes de varejo farmacêutico do país, incluindo Raia Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, Araújo, Panvel e Pague Menos.
Além de três autorizações sanitárias para comercialização de produtos à base de canabinoides no país, a GreenCare tem dois produtos na fila aguardando o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outros cinco serão submetidos ao órgão regulador nos próximos meses, totalizando 10 produtos até 2024.
A distribuição é feita em todos os Estados brasileiros e a própria empresa, em parceria com as redes de farmácia, indica as unidades em que vê maior potencial de vendas – a GreenCare tem uma das maiores equipes de visitação médica para o segmento, com 52 profissionais.
“Sabemos em que região estão os médicos que prescrevem esses produtos e selecionamos as lojas em que eles estarão disponíveis”, explica o presidente e um dos fundadores da empresa, Martim Prado Mattos.
Atualmente, cerca de 50% das vendas da GreenCare já são geradas em farmácias e a tendência é que essa participação cresça ao longo do tempo. Com preço mais competitivo, o mais recente lançamento pode contribuir para popularizar o tratamento com cannabis medicinal no país e alavancar as vendas da empresa.
Por enquanto, a produção para a GreenCare é feita por dois fornecedores na Colômbia, mas a empresa comprou uma fábrica em Vargem Grande Paulista (SP), que está sendo preparada para voltar a operar.
Em outra frente estratégica, a GreenCare elevou a aposta na geração de evidências científicas e clínicas. No fim do ano passado, contava com um pipeline de 10 investigações envolvendo seus produtos, com parceiros científicos como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Hospital das Clínicas de São Paulo, entre outras instituições.
Para 2023, o plano é de mais cinco iniciativas nessa área, incluindo os dispendiosos e rigorosos estudos clínicos que são obrigatórios para o registro de medicamento, propriamente, junto à Anvisa. “O modelo da Anvisa direciona ao estudo clínico e é isso que vai garantir a perpetuidade da empresa”, explica Fabio Furtado, fundador e diretor comercial da GreenCare.
A empresa não divulga faturamento, mas diz que tem 30 mil nomes na base de clientes e chega a 5 mil médicos prescritores no país.
Fonte: Valor Econômico