2 Sep 2022 EDUARDO RODRIGUES • COLABOROU JULIANA GARÇON
A alta de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre representa a “consolidação da retomada da atividade econômica, mesmo com os impactos do conflito do Leste Europeu e os efeitos remanescentes da pandemia”, de acordo com nota publicada ontem pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
“Observa-se que o Brasil apresenta ritmo de crescimento da atividade econômica de forma mais rápida do que outros países, inclusive quando comparado a alguns países emergentes. Na amostra de países do G-20 e que já divulgaram seus resultados trimestrais, o Brasil apresentou o 2.º melhor resultado na margem para o PIB do segundo trimestre”, comparou o documento. “Cabe destacar que a continuidade da melhora da atividade local ocorre a despeito da deterioração nas projeções do PIB nas principais economias mundiais”, completou.
‘FREIO DE MÃO’. O ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou que, se não fosse pela taxa básica de juro (Selic) elevada, como forma de combate à inflação, o crescimento do PIB já poderia ser de ao menos 3,5% neste primeiro semestre. “Neste ano, estamos com o freio de mão puxado, que é o Banco Central combatendo a inflação”, disse. “O Brasil estaria crescendo 3,5%, de repente 4%, se não fossem os juros.”
No Boletim Macrofiscal da SPE de julho, a equipe econômica elevou a projeção de crescimento do PIB de 2022 de 1,5% para 2%, patamar para o qual vêm convergindo também as projeções de mercado, que começaram o ano mais pessimistas. A SPE deve atualizar a projeção no boletim de setembro.
“Essa sequência de revisões reflete a visão de que as condições econômicas no Brasil estão resilientes, apesar das dificuldades impostas pelo cenário mundial, que inclui a elevação recorde de custos de produção e de preços ao consumidor em todo o mundo”, avaliou a SPE.
O órgão destacou o avanço do setor de serviços, a recuperação da agropecuária após problemas climáticos e a retomada na produção de bens de capital, com impacto na indústria. A SPE ressaltou ainda que o PIB acumulado em quatro trimestres é de 2,6%.
Fonte: O Estado de S. Paulo

