O forte avanço das ações americanas desde o final de outubro esfriou com dados que mostraram a força do mercado de trabalho dos EUA e diminuíram o otimismo sobre cortes de juros do Federal Reserve (Fed). Para Alexandra Wilson Elizondo, do braço de gestão do Goldman Sachs, isso pode ser uma oportunidade de compra se os papéis voltarem a cair.
Os números mais robustos do que o esperado de geração de emprego nos EUA em novembro fizeram o mercado de juros futuros americano recuar de apostas em boas chances de corte de juros pelo banco central americano já em março. O ajuste para a possibilidade de que a autoridade monetária mantenha os juros altos por mais tempo pode enfraquecer mais a renda variável, depois de um salto de US$ 4 trilhões no valor das ações americanas nas últimas semanas.
Wilson-Elizondo, vice-diretora de investimentos na área de soluções multiativos da Goldman Sachs Asset Management, diz que qualquer retrocesso baseado nessa premissa seria um alarme falso temporário.
“Se o mercado cair, será uma boa oportunidade para reequilibrar a carteira ou comprar na queda”, disse ela em entrevista por telefone. “É muito cedo para diminuir a exposição ao prêmio de risco das ações.” A GSAM tem US$ 2,7 trilhões em ativos sob gestão.
Os economistas do Goldman Sachs esperam que o Fed comece a cortar juros no segundo semestre de 2024 e preveem crescimento com menos inflação, o que deverá dar sustentação aos mercados, especialmente ações de grandes empresas com valor de mercado alto, as large caps.
“Acreditamos no fator qualidade e as large caps tenderão a ter um desempenho superior neste tipo de ambiente e, apesar de já parecerem caras, acreditamos que há espaço para alta”, disse a gestora.
A GSAM não está atrás de ganhos com small caps porque esse segmento de empresas menores tende a apresentar desempenho inferior em estágios tardios do ciclo de juros, disse ela.
A instituição também está “cautelosamente construtiva” em relação à renda fixa no início de 2024 e espera que os investidores realoquem capital para a ponta longa da curva de juros. Ela espera que uma parte dos US$ 8 trilhões aplicados em fundos de alta liquidez migre para a “barriga da curva”.
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Monitor mostra painel do índice S&P 500 na bolsa de valores de Nova York — Foto: Michael Nagle/Bloomberg
Fonte: Valor Econômico
