Apesar de suas avaliações elevadas, o Goldman Sachs Research projeta que as ações globais terão retorno anual de 7,7% em termos de dólares americanos na próxima década.
Os principais impulsionadores estruturais do desempenho das ações incluem o crescimento do PIB nominal, a lucratividade e as distribuições aos acionistas, de acordo com Peter Oppenheimer, chief global equity strategist no Goldman Sachs Research.
“O crescimento dos lucros continua sendo o principal motor do desempenho”, escreve Oppenheimer no relatório de sua equipe. O Goldman Sachs Research projeta que os lucros — incluindo recompra de ações (buybacks) — se acumulem a uma taxa composta de aproximadamente 6% ao ano. Eles esperam que os dividendos forneçam o restante do retorno, enquanto as avaliações das ações devem ceder de forma modesta em relação aos níveis elevados atuais.
Em termos históricos, a projeção de retornos anuais de 7,7% fica abaixo da média de longo prazo de 9,3% desde 1985, embora Oppenheimer ressalte que os retornos anuais oscilaram nesse período.
Por exemplo, o retorno anual desde 2000 também é de 7,7%, e a era posterior à crise financeira global apresentou retornos médios mais baixos, caracterizados por alta dispersão — forte desempenho nos Estados Unidos liderado pelo setor de tecnologia, retornos mais fracos na Europa e no Japão em meio ao crescimento anêmico e riscos de deflação, e maior volatilidade nos mercados emergentes.

Quais mercados de ações têm a melhor projeção de retorno?
A projeção de longo prazo para as ações globais utiliza uma estrutura comum entre as regiões, mas também leva em conta fatores específicos locais. Os retornos anuais indicados pelo modelo variam por região.

A equipe de câmbio (foreign exchange) do Goldman Sachs Research espera que o dólar americano se enfraqueça no próximo ano, o que deve elevar o retorno total das ações globais em 0,6% quando medido em dólares, de acordo com Oppenheimer. “O timing importa: eles esperam que a depreciação seja concentrada no início (ao longo dos próximos 12 meses), com um movimento subsequente mais gradual depois disso, o que implica que ganhos — ou perdas — cambiais podem ser antecipados nesse período inicial.”
Olhando à frente, Oppenheimer sugere que os investidores diversifiquem para além dos Estados Unidos, com uma inclinação em direção aos mercados emergentes. “Esperamos que um crescimento maior do PIB nominal e reformas estruturais favoreçam os mercados emergentes, enquanto os benefícios de longo prazo da inteligência artificial devem ser amplos, em vez de se concentrarem apenas nas ações de tecnologia dos EUA.”
As avaliações das ações globais estão altas demais?
As avaliações das ações globais estão elevadas — em aproximadamente 19 vezes os lucros futuros (forward earnings). O Goldman Sachs Research espera que isso caia levemente ao longo da década, o que exigiria que os lucros superassem os preços das ações em cerca de 10% no acumulado dos próximos dez anos. Trata-se de uma postura conservadora, dado o múltiplo inicial elevado das avaliações globais, escreve Oppenheimer.
À primeira vista, o retorno nominal anualizado implícito das ações globais na próxima década parece menor do que a projeção do Goldman Sachs Research. Uma abordagem clássica baseada no CAPE (cyclically adjusted price-earnings), que Oppenheimer descreve como “um preditor útil, porém incompleto”, sugere retornos anuais abaixo de 5%.
“Valuation, no entanto, não é toda a história. Embora múltiplos elevados normalmente sinalizem retornos futuros mais baixos, nós argumentamos que as avaliações atuais podem ser parcialmente justificadas por margens estruturalmente mais altas e por um retorno sobre o patrimônio (ROE) melhorado”, escreve Oppenheimer.
Esses avanços refletem mudanças na composição dos índices e ganhos de eficiência, que mitigam o risco de retornos mais baixos sugerido pela abordagem CAPE de forma isolada.
“Em outras palavras, a valuation continua sendo um vento contrário, mas não domina o cenário.”
Fonte: Goldman Sachs
Traduzido via ChatGPT

