Em um ambiente que contempla um diferencial de juros elevado, o real deve continuar a exibir um bom desempenho na segunda metade deste ano, o que deve fazer a taxa de câmbio se valorizar ainda mais à frente. Essa é a expectativa dos estrategistas do Goldman Sachs, que revisaram suas projeções para o câmbio doméstico. A projeção de três meses do banco para o dólar passou de R$ 5,65 para R$ 5,20, enquanto a estimativa para a moeda americana em seis meses, ou seja, no fim deste ano, foi reduzida de R$ 5,60 para R$ 5,10.
“O real brasileiro é uma das moedas com melhor desempenho até agora neste ano, apoiado por um declínio no prêmio de risco específico do país (que havia aumentado no final de 2024), taxas reais elevadas e um cenário mais amplo de apoio ao risco”, apontam os estrategistas do banco americano em relatório enviado a clientes.
Há espaço, contudo, para a continuidade do movimento, segundo o Goldman. “Acreditamos que há espaço para uma maior valorização do real e uma ‘outperformance’ [desempenho mais forte] contínua do retorno total no segundo semestre de 2025. Analisando nosso modelo mais a fundo, ainda há uma lacuna cumulativa de desempenho inferior de cerca de 6% a 7% desde quando os retornos do real começaram a desempenhar pior do que os pares desde o segundo trimestre do ano passado”, dizem os profissionais.
De acordo com os estrategistas, o real também está entre as moedas emergentes mais subvalorizadas em relação ao dólar e é uma das mais sensíveis ao fortalecimento que os estrategistas esperam do yuan. “Em nossa opinião, essa combinação de ‘carry’, valor e sensibilidade ao yuan continuará a sustentar os retornos totais do real no segundo semestre”, concluem os profissionais do Goldman Sachs.
Fonte: Valor Econômico
