Por Bloomberg
22/07/2022 05h03 Atualizado há 4 horas
As gigantes do crédito privado, que ultimamente foram a única alternativa para aquisições alavancadas de alto valor, começam a diminuir uma fonte crucial de financiamento para meganegócios.
Blackstone, Apollo, Ares, KKR, Antares Capital e o braço de gestão de recursos do Goldman Sachs estão cortando a quantidade de dívida que oferecem por acordo, diante de um risco crescente de recessão, segundo pessoas com conhecimento do assunto que não estão autorizadas a falar publicamente. Também estão pedindo, e obtendo, rendimentos mais altos em pacotes de financiamento com menos alavancagem, ao mesmo tempo que exigem proteções mais fortes em caso de falência dos tomadores, disseram as fontes.
“Com os juros subindo junto com outros fatores macroeconômicos, incluindo a Ucrânia, esperamos que a atividade do mercado seja mais lenta do que no ano passado, que foi um ano recorde”, disse Kipp deVeer, CEO da Ares.
No primeiro semestre, credores privados estavam dispostos a se unirem para fornecer um total de até US$ 5 bilhões, ou mesmo US$ 7 bilhões, em dívida para uma única aquisição. Isso diminuiu para cerca de US$ 2 bilhões, disse uma das pessoas, embora esse valor permaneça alto para os padrões históricos.
O tom mais cauteloso entre esses grandes investidores piora o clima para aquisições alavancadas, que já sofreram uma desaceleração drástica este ano.
“É definitivamente um mercado desafiador. Continuamos a avaliar cada acordo com base em seus méritos”, disse Carol Ann Wharton, porta-voz da Antares. Representantes da Blackstone, Apollo, KKR e Goldman Sachs não comentaram.
Existem diferenças importantes no apetite ao risco entre cada empresa. Mas, em termos gerais, esses investidores, que estavam dispostos a reservar cerca de US$ 500 milhões para acordos no início do ano, reduziram esse valor para US$ 200 milhões a US$ 300 milhões, disseram as pessoas.
Gestoras que costumavam deter mais de US$ 1 bilhão de financiamento em carteira também estão reduzindo esse volume, disseram. As taxas para transações subscritas também aumentaram para uma faixa de 3% a 3,5%, de cerca de 2% a 3%, disse uma das pessoas.
Com os mercados de títulos de alto rendimento e empréstimos alavancados nos EUA e na Europa sob imensa tensão, os fundos de crédito privado se tornaram cruciais para impulsionar a atividade de fusões e aquisições. Ao mesmo tempo, os bancos recuaram após assumirem perdas em títulos e empréstimos que trouxeram recentemente ao mercado.
Fonte: Valor Econômico

