Por Adriana Aguilar — Para o Valor, de São Paulo
30/08/2022 05h06 Atualizado há uma hora
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Fundos de ações tiveram retiradas líquidas de R$ 49,5 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 1.200% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando totalizaram R$ 3,8 bilhões. Essa verdadeira debandada da bolsa foi resultado principalmente do aumento da taxa de juros, mas também do susto com a oscilação intensa dos preços das ações diante da crise energética mundial, crescimento da inflação, da desaceleração econômica global, das eleições no Brasil e do conflito entre Rússia e Ucrânia. Mesmo assim, gestores consultados explicam que o cenário macroeconômico não é decisivo para a rentabilidade do fundo de ação com gestão ativa.
“Os preços das ações oscilam, às vezes, sem nenhuma razão vinculada aos resultados operacionais das empresas. O que podemos dizer é que há empresas baratas para se investir neste momento e acreditamos que os preços convergirão para o valor correto ao longo do tempo”, afirma o gestor da Vokin Investimentos, Frederico Vontobel.
Destaque do “Guia Valor de Fundos de Investimento”, o fundo de ações Vokin GBV Aconcágua acumula rentabilidade de 5,37% neste ano até 10 de agosto, pouco acima do ganho de 5,16% do Ibovespa. Em 2021, o fundo de ações rendeu 4,97%, enquanto o Ibovespa encerrou o ano negativo em 11,93%.
Segundo Vontobel, gestor do fundo, a equipe da Vokin Investimento avalia em profundidade os resultados operacionais para conhecer os detalhes de cada empresa. “Quando os preços estão favoráveis, com boa margem de segurança em relação ao valor, compramos”, afirma.
Com patrimônio de R$ 660 milhões, o fundo Vokin GBV Aconcágua tem taxa de administração de 1,8% ao ano e 20% de performance. Na carteira do fundo estão presentes ações de diversos setores, como celulose e papel, autopeças, telefonia, financeiro, tecnologia, educação, holding, petróleo, varejo e frigoríficos.
“A gente acredita que o mercado não é eficiente o tempo todo. Há distorções entre preço e valor em todos os setores. O segredo está em comprar bem. É preciso estudar muito antes de se comprar uma ação”, diz Vontobel.
Com três fundos de ações (Trígono Delphos Income, Trígono Flagship Small Caps, Trígono Verbier), destacados no “Guia Valor de Fundos de Investimento”, o gestor de recursos da Trígono Capital, Werner Roger, explica que o cenário macroeconômico não é preponderante para a tomada de decisão e entrada da ação na carteira.
O fundo Trígono Delphos Income, com patrimônio acumulado de R$ 426 milhões, registra rentabilidade de 8,1% de janeiro até o dia 10 de agosto. Em 2021, rendeu 49,6%, enquanto o índice de dividendos da bolsa ficou negativo em 6,4% e o Ibovespa negativo em 11,9%.
“Para selecionar cada papel, investigo acionistas, gestão da empresa, resultados, processos judiciais e governança. Como segundo passo, há a avaliação do cenário macroeconômico”, diz Werner Roger.
Os três fundos da Trígono, iniciados em 2018, somam patrimônio de R$ 1,6 bilhão, com 115 mil investidores, taxa de administração anual de 2% e 20% de taxa de performance sobre o que exceder o índice de referência do fundo. A aplicação mínima inicial é de R$ 50,00.
Fonte: Valor Econômico
