A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu a tendência de alta, de acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12). O percentual dos que desaprovam chegou a 50%, depois de ter registrado 49% em outubro. Já a aprovação passou de 48% para 47%.
As oscilações negativas, dentro da margem de erro, ocorrem no momento em que o governo é pressionado a entrar no debate da segurança pública, após a operação policial no Rio de Janeiro que terminou com 121 mortos, no mês passado.
A desaprovação registrou variações para cima em três regiões do país: no Nordeste, foi de 36% para 38%; no Sudeste, de 52% para 53%; e no Sul, de 56% para 61%. No Centro-Oeste/Norte, a oscilação foi para baixo, de 55% para 51%.

A avaliação do governo também sofreu alterações no intervalo da margem de erro. Os que avaliavam a gestão como negativa são 38%, ante 37% na pesquisa anterior. Os que consideram o governo positivo correspondem a 31%, ante 33% em outubro. A avaliação regular passou de 27% para 28%.
O levantamento ouviu 2.004 entrevistados entre a quinta-feira da semana passada (6) e o último domingo (9) e possui margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.
O resultado da pesquisa de novembro interrompe uma trajetória de melhora para o presidente registrada pela Quaest a partir do segundo semestre. Julho marca o início da resposta do governo federal às ameaças dos Estados Unidos de ampliar as tarifas aos produtos brasileiros e de punir autoridades brasileiras envolvidas com o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

Na avaliação do instituto, a interrupção da recuperação é reflexo da megaoperação realizada no Rio. Os desdobramentos da Operação Contenção reacenderam o debate sobre ações de combate ao crime organizado no país e as divergências entre as propostas defendidas pelo governo federal e alas da oposição. A ação foi classificada como “desastrosa” pelo presidente, mas conta com apoio de maioria expressiva dos entrevistados: 67% aprovam a medida contra o crime organizado, enquanto 25% desaprovam. Questionados se a polícia exagerou na força empregada, 67% respondem que não, ao passo que 29% concordam ter havido exagero.
Entre outubro e novembro, aumentou de 30% para 38% quem considera a violência o tema que causa mais preocupação no país.
Lula, Trump e tarifas
O encontro de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir o tarifaço ocorreu em 26 outubro e chegou ao conhecimento de 65% dos entrevistados.
Para 45% dos entrevistados, Lula saiu mais forte politicamente; para 30%, mais fraco; e, para 10%, saiu igual. A maioria (51%) considera que os presidentes vão chegar a um acordo para reduzir as tarifas. Para 39%, isso não vai ocorrer.
Economia e preços
A percepção sobre a economia, que nas pesquisas anteriores era apontada como uma variável importante para explicar a avaliação negativa do governo, em novembro ficou estável, com sinais de melhora para Lula.
A maioria (43%) ainda acha que a economia do país piorou nos últimos 12 meses (eram 42% em outubro). Mas o cenário melhorou na opinião de 24% (eram 21%) e ficou do mesmo jeito na visão de 32% (eram 35%).
Sobre os preços dos alimentos no mercado, 58% consideram que subiu no mês anterior à pesquisa (eram 63%). Para 23%, ficou igual (eram 21%). E, para 27%, caiu (eram 15%). Em outra pergunta, 72% respondem que o poder de compra do brasileiro é menor do que um ano atrás (eram 73%). Para 16%, está maior (eram 15%). E, para 11%, ficou igual (também eram 11% em outubro).
Fonte: Valor Econômico

