Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio
10/11/2023 11h28 Atualizado há 15 minutos
O preço da gasolina subiu 14,40% em 2023, até outubro, e é principal pressão para a alta no ano do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação no país, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O item teve impacto de 0,67 ponto percentual na alta de 3,75%, ou seja, respondeu por 17,8% desse aumento. Essa influência no resultado do ano se manteve mesmo com a queda de 1,53% da gasolina em outubro.
A alta de 14,40% no ano de 2023 corresponde a quase quatro vezes a variação de 3,75% do IPCA no período. A disparidade também aparece no resultado acumulado em 12 meses até outubro: o preço da gasolina sobe 16,60% e o IPCA, 4,82%.
“A gasolina nesse último mês não teve nenhum reajuste nas refinarias, então esse movimento [de queda de preço] pode se dar por questões de mercado. Mas a gasolina ainda é a maior influência para a alta do IPCA em 2023”, diz o gerente do IPCA, André Almeida.
Em outubro, a queda do preço da gasolina ajudou a segurar o IPCA do período, afirmou Almeida. O preço da gasolina caiu 1,53% no mês e teve influência de 0,08 ponto percentual negativo. Isso significa que, se o preço da gasolina tivesse ficado estável, o IPCA teria subido 0,32% e não 0,24%.
“A gasolina, que é o subitem de maior peso no IPCA, caiu 1,53% e foi principal impacto negativo no índice do mês. A gasolina ajudou a segurar o resultado no mês de outubro. Teve alta em oito dos nove grupos pesquisados, mas o resultado [de outubro] ficou um pouco abaixo de setembro”, disse.
A alta do IPCA passou de 0,26% em setembro para 0,24% um mês depois. No acumulado em 12 meses, o indicador, que era de 5,19% até setembro, desacelerou para 4,82% até outubro. Isso ocorreu, explicou Almeida, porque foi substituída a taxa de 0,59% do IPCA de outubro de 2022 pela de 0,24% de outubro de 2023.
Fonte: Valor Econômico

