Por Rita Azevedo — De São Paulo
25/09/2023 05h03 Atualizado há 20 horas
A companhia de investimentos Galapagos Capital pretende ampliar sua atuação no mercado de gestão de patrimônio com a compra da Taler e a chegada de sócios da Mandatto, duas casas voltadas para a administração de recursos de famílias ricas. Com as mudanças, a empresa vai lançar uma nova unidade, chamada de Galapagos Taler, voltada para “multi-family offices”.
Considerando a chegada dos novos sócios e de clientes, o volume de recursos de ultrarricos – investidores com patrimônio líquido superior a R$ 20 milhões – sob gestão deve superar R$ 5 bilhões, diz Carlos Fonseca, sócio-fundador da Galapagos. O volume total sob gestão se aproxima de R$ 22 bilhões, afirma.
Segundo Fonseca, a necessidade de criar uma área para atender esse público específico surgiu em conversas com Arnaldo Curvello, sócio da Galapagos responsável pela área de gestão de patrimônio. “A gente sempre entendeu que o serviço prestado para o cliente ‘ultra-high’ deve ser feito por alguém que já faz isso há bastante tempo e conhece esse cliente. A gente tem a capacidade de gerir e estruturar muito bem, mas a conversa com esse tipo de cliente tinha que ser feita por alguém que já faz isso”, diz Curvello.
Foi a partir daí que começaram as negociações com a Taler, gestora de 18 anos fundada por Mari Emmanouilides e que atende 142 famílias de alta renda, com escritórios em São Paulo e Minas Gerais. A casa oferece serviços de gestão de portfólio no mercado doméstico e internacional, planejamento patrimonial e governança familiar.
No meio das conversas com a Taler, Fonseca viu a oportunidade de puxar para a mesma estrutura Flavio Stanger e outros dois sócios da Mandatto, uma gestora do Rio de Janeiro criada em 2018. Além dos sócios, também serão incorporados a estrutura e os funcionários da gestora.
O plano da Galapagos é que a transição para os clientes não seja abrupta, considerando sobretudo o perfil da clientela. “Os negócios incorporados devem seguir o caminho natural, sem mudanças, sem sustos. Não é que o cliente irá dormir com uma camiseta azul e ela acordará laranja. Será um processo contínuo”, afirma Fonseca.
Há uma expectativa de que a atuação da Galapagos no mercado internacional também seja impulsionada com as mudanças. Um ano atrás, a companhia de Fonseca fez sua estreia nos Estados Unidos com o credenciamento como “investment advisory” – o que permite fazer alocações e recomendações da mesma maneira como faz no Brasil no braço de gestão de riqueza. A Taler atua da mesma maneira na Suíça, depois de ter comprado em 2019 uma estrutura de gestão. “Há clientes que preferem estar nos Estados Unidos e outros que preferem Europa, então é importante para nós poder oferecer essas duas opções”, diz Fonseca.
A Galapagos foi criada há quatro anos e tem um histórico de crescimento por aquisições. A empresa entrou na área de gestão de patrimônio em 2020, após a compra da Ativa Wealth Management (AWM).
Nas negociações, a Taler foi assessorada pela Fortezza Partners.
Fonte: Valor Econômico

