Por Agências Internacionais
22/05/2023 05h01 Atualizado há 5 horas
A China e a Rússia foram alvos de duras advertências mais duras no comunicado da reunião de cúpula das sete das economias mais desenvolvidas do mundo – o G-7. No documento, as principais potências e muitos dos líderes de países convidados para o encontro reforçaram o apoio à Ucrânia, na guerra que Kiev trava com Moscou, e expressaram preocupações e advertências contra Pequim.
Para analistas, a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no encontro ajudou a galvanizar o apoio internacional a Kiev. Zelensky levou de Hiroshima um pacote de ajuda de mais US$ 375 milhões à Ucrânia e a promessa de que terá em breve os caças F-16 que pediu aos aliados e que ele considera essenciais para resistir à ofensiva da Rússia.
Na visão de analistas, Zelensky também foi bem-sucedido em neutralizar vozes de países relutantes em condenar a Rússia. Ele pediu encontros bilaterais com o premiê indiano, Narendra Modi – com quem se reuniu – e com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva – com quem não se encontrou privadamente (mais informações na página A3).
A China tem sido acusada pelos Estados Unidos de usar “coerção econômica” contra terceiros países. E isso estaria constrangendo algumas nações em Hiroshima de lançar críticas mais contundente a Pequim e a evitar manifestações expressas de apoio à Ucrânia em sua resistência à invasão russa.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem as nações do G-7 concordaram com uma postura unificada em relação à China, que pede a diversificação das cadeias de suprimentos para reduzir a dependência de um único país. Ele também sinalizou com poderá conversar em breve com o presidente chinês.
“Não estamos tentando nos dissociar da China. Estamos tentando reduzir os riscos e diversificar nossas relações com a China”, disse Biden em uma entrevista coletiva após a cúpula de três dias com líderes do G-7. Ele afirmou que as nações do G-7 estão mais unidas do que nunca em termos de “resistir à coerção econômica e combater práticas danosas aos nossos trabalhadores”.
A embaixada da China no Japão reagiu pedindo que o G-7 “pare de criar confrontos e divisão”. Apesar da reação, Biden disse esperar um degelo nas relações com a China “muito em breve”, depois das tensões causadas por um incidente este ano, quando os EUA derrubaram um balão chinês que sobrevoava áreas militares sensíveis.
“Deveremos ter uma linha direta aberta”, disse Biden. Ele acertou com o presidente chinês Xi Jinping, durante uma cúpula do G-20 na Indonésia, no ano passado, a manutenção de uma comunicação aberta, mas tudo mudou após “aquele balão idiota que carregava equipamentos de espionagem”.
“Em termos de conversar com eles, acredito que isso ocorrerá muito em breve”, disse Biden. Sobre a questão das tensões entre China e Taiwan, Biden disse que há um entendimento claro entre a maioria dos aliados de que se a China agir unilateralmente contra Taiwan, haverá uma resposta. “Não vamos dizer à China o que eles podem fazer. Mas enquanto isso, colocaremos Taiwan em uma posição em que eles possam se defender.”
Biden reiterou que os EUA e os aliados do G-7 não comercializarão materiais que possam permitir à China criar armas de destruição em massa, mas insistiu que esse “não é um ato hostil”.
A Rússia reagiu dizendo que o G-7 debateu questões a partir de “premissas fantasiosas” e voltou a criticar as sanções contra ela.
Fonte: Valor Econômico
