Após tombar mais de 17%, os papéis da Hypera (HYPE3) inverteram o movimento, passando a registrar alta significativa, entrando em leilão na B3, às 13h50. A reviravolta é resultado da proposta de fusão apresentada pelo laboratório EMS, anunciada há pouco.
Pela proposta, segundo reportagem do Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, a EMS fará uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera, pelo valor de R$ 30 – um prêmio de 39% sobre a cotação atual da empresa. O restante seria em troca de ações, numa relação que daria o controle à EMS, de ao menos 60% e podendo passar de 70%, conforme a adesão à OPA.
Na mínima do dia, a ação chegou a cair 17,37%, negociada a R$ 21,21 e, na máxima, chegou a subir 4,87%, a R$ 26,92. Pouco antes das13h50, avançava 2,77%, a R$ 26,38.
O movimento negativo se deu após a empresa anunciar um programa de otimização do capital de giro ao reduzir o prazo de pagamento concedida aos clientes.
A reação do mercado já havia sido alertada pelo banco Citi, que escreveu que o anúncio deve pressionar suas ações no curto prazo.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata escrevem que a companhia realizou, em 2019, ajuste semelhante nos recebíveis. Dessa vez, a companhia sentirá um impacto de R$ 1,8 bilhão nas vendas ao mesmo tempo em que despesas não caem.
O banco acredita que a melhoria de fluxo de caixa no curto prazo é positivo, assim como a redução na complexidade deve gerar sinergias em logística. No entanto, isso tudo vem às custas de pressão nas vendas que deve durar pelo menos até o fim de 2025.
O Citi tem recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo em R$ 31, potencial de alta de 20,8% sobre o fechamento de sexta-feira (18).
Na mesma linha, o Bradesco BBI escreveu que o movimento deve pressionar também o lucro da Hypera. O banco destaca que as vendas da Hypera serão afetadas para a redução no tempo de recebíveis para 60 dias, o que a deixaria em linha com rivais como EMS, Aché e Eurofarma.
Eles reduziram estimativas de lucro da Hypera em 25% no ano que vem e em 7% em 2026 por conta dos efeitos do novo programa nas receitas e nas margens. No entanto, há um potencial a ser destravado caso a empresa alcance as sinergias esperadas.
A cautela com as ações ainda deve durar algum tempo por conta do risco envolvendo seus lucros, além de riscos associados à execução do novo plano e a possível taxação de benefícios do ICMS.
O Bradesco BBI elevou o preço-alvo de Hypera de R$ 34 para R$ 35, potencial de alta de 36,4% sobre o fechamento de sexta-feira (18), reiterando recomendação neutra.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.
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Fonte: VALORINVESTE