Os fundos de investimento encerraram outubro com captação líquida positiva de R$ 13,9 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado representa uma desaceleração em relação a setembro, quando o saldo havia sido de R$ 36,6 bilhões. No acumulado de 2025, as entradas líquidas somam R$ 165,8 bilhões.
O bom desempenho no mês é explicado em grande parte pelos fundos de renda fixa, que seguem se beneficiando do patamar elevado da taxa Selic, ainda no maior nível em quase duas décadas. A categoria registrou captação líquida de R$ 18,7 bilhões, abaixo dos R$ 52,5 bilhões do mês anterior. Dentro do grupo, os fundos duração livre crédito livre — que podem aplicar mais de 20% da carteira em títulos privados de maior risco — lideraram os aportes, com entradas líquidas de R$ 19 bilhões.
Os fundos multimercados também tiveram desempenho melhor, com captação de R$ 1,5 bilhão, revertendo parte das saídas de R$ 2,2 bilhões em setembro. Já os fundos de ações continuam registrando resgates, mas em menor intensidade: R$ 2,1 bilhões em outubro, ante R$ 3,7 bilhões no mês anterior. No acumulado do ano, ambas as classes seguem no vermelho — R$ 55,5 bilhões de saídas nos multimercados e R$ 52,8 bilhões nos de ações.
“A decisão do Copom de manter a Selic elevada continua favorecendo a estratégia conservadora dos fundos de renda fixa”, afirmou Pedro Rudge, diretor da Anbima. “Ao mesmo tempo, a percepção de que o ciclo de alta dos juros chegou ao fim e de que cortes podem estar mais próximos estimula a recuperação de fundos mais arrojados, como os multimercados.”
Entre as demais categorias, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) tiveram resgates líquidos de R$ 2 bilhões, enquanto os fundos de previdência registraram saídas de R$ 4,5 bilhões. Já os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) apresentaram captação líquida de R$ 1,1 bilhão.
Em termos de desempenho, os fundos de dívida externa se destacaram na renda fixa, com ganho de 1,5% no mês. Nos multimercados, os long and short neutro — que buscam lucro com a diferença de desempenho entre ativos, independentemente da direção do mercado — renderam 2,08%. Entre os fundos de ações, os FMP-FGTS, que aplicam recursos do FGTS em papéis de estatais, tiveram o melhor resultado, com rentabilidade de 3,49%.
Fonte: Capital Aberto

