Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo
09/01/2024 17h27 Atualizado há 16 horas
O fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, fechou dezembro com valorização de 3,32%, o melhor resultado mensal de 2023 do multimercado, que assim encerrou o ano com alta acumulada de 14,53%, ante 13,05% do CDI.
Na reta final, os ganhos no Brasil vieram de ações, juro real e ativos de créditos. Moedas e estratégias ligadas a juros nos Estados Unidos também trouxeram bons resultados.
Consumiram parte do desempenho em 2023 a compra de inflação implícita no Brasil, a posição tomada em juros no Japão e o custo de proteção em bolsa americana que aparecem como “detratores relevantes ao longo deste volátil ano”, escreve a equipe da Verde em carta aos investidores.
A gestão aproveitou o rali dos dois últimos meses e reduziu marginalmente a exposição em ações no Brasil, enquanto na parcela global alguns hedges maturaram e a posição voltou a ficar liquidamente comprada. A fatia aplicada em juros reais no Brasil foi mantida.
No mercado global, a Verde segue aplicada no juro real americano e tomada na parte curta da curva japonesa. A casa manteve ainda a pequena alocação em petróleo, além da exposição em crédito “high yield” ( de maior risco e potencial de retorno) local e global.
Para o time de gestão da Verde, o ruído local sobre questões fiscais continuará na agenda em 2024, mas é notável que a reforma tributária tenha de fato sido aprovada no Congresso, “embora o diabo more nos detalhes das leis complementares que vêm por aí”.
No exterior, a Verde escreve que o último mês do ano estendeu os movimentos de novembro nos mercados, com queda de juros e aumento do apetite por risco formando uma combinação poderosa. A taxa da Treasury de dez anos caiu 45 pontos-base ao longo do mês para fechar o ano em 3,88%, uma queda de mais de 100 pontos em dois meses. Por isso, é compreensível o impulso dos mercados acionários, com S&P 500 subindo 4,4% e o Ibovespa 5,4%.
“O grande fundamento por trás desses movimentos é a inflação americana, que continua arrefecendo, e permitiu ao Federal Reserve mudar sua postura para sinalizar que cortes de juro (e inclusive um eventual fim do aperto quantitativo) estão sim na mesa para 2024”, avalia a equipe da Verde. “Os mercados talvez precifiquem um excesso de cortes na curva futura e uma certa exuberância nos ativos de risco, temas que devem ditar o início do ano.”
Fonte: Valor Econômico

