Por Bloomberg
22/07/2022 05h03 Atualizado há 4 horas
Os fundos ESG negociados em bolsa nos Estados Unidos chegaram a atrair bilhões. Mas, à medida que os investidores temem uma recessão, a tendência se inverte, e mais desses fundos têm sido fechados. O Ark Transparency ETF, da guru de investimentos em inovação Cathie Wood, é o mais recente fundo ESG (de critérios ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) negociado em bolsa que está para ser fechado, elevando o total para sete neste ano.
Os ETFs “do bem” foram populares durante o mercado em alta pós-pandemia, mas agora respondem por 15% de todos os fechamentos nos EUA este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Eles representavam cerca de 4% dos fundos negociados em bolsa no início do ano.
Um ano implacável para os mercados colocou em segundo plano estratégias de investimento que buscavam financiar empresas que combatem as mudanças climáticas ou se concentram na diversidade em sua gestão. A proteção de portfólios se tornou prioridade.
“Este é um mercado realmente difícil – acho que as pessoas tendem a voltar ao básico”, disse Cinthia Murphy, diretora de pesquisa da ETF Think Thank. “Todos nós só queremos sobreviver a esse mercado e não perder tudo o que construímos até agora.”
O setor de ETFs como um todo nos EUA já perdeu mais de US$ 1 trilhão este ano com as preocupações que a campanha agressiva de aperto monetário do Federal Reserve possa levar a economia a uma recessão. Mas os fundos socialmente responsáveis enfrentam um ambiente particularmente desafiador. Os 132 ETFs ESG dos Estados Unidos têm em média US$ 571 milhões investidos, um nível baixo em comparação com fundos de crescimento e valor, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
“O espaço ESG já está supersaturado”, disse Nate Geraci, presidente da ETF Store, uma empresa de consultoria. “Continuaremos a ver um aumento nos fechamentos de ETFs ESG.”
A derrocada dos mercados tornou os emissores de ETFs menos tolerantes a fundos com pouca demanda, já que a queda dos preços leva à depreciação dos ativos sobre os quais os emissores cobram tarifas. “Os emissores serão mais rápidos em fechar fundos”, afirmou Amrita Nandakumar, presidente da Vident Investment Advisory. “Eles simplesmente não conseguem ter a paciência que teriam em ambiente de mercado mais favorável.”
Fonte: Valor Econômico

