O fundo Estocolmo FI Multimercado Crédito Privado, veículo de investimento do empresário Nelson Tanure, era o que mais tinha aplicações em papéis atrelados ao Banco Master, ainda que de forma indireta. Em maio, o fundo tinha R$ 366 milhões em debêntures não conversíveis (papéis de dívida) da Banvox Holding Financeira, segundo levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da consultoria Elos Ayta.
A Banvox era o veículo de investimento de Maurício Quadrado e Daniel Vorcaro no Banco Master. Mas o fundo Estocolmo vendeu essa posição em debêntures da Banvox no mês passado, apurou o Pipeline. Quadrado deixou de ser sócio do Master no ano passado.
O fundo é gerido pela MAM, que tem Quadrado como sócio. A carteira, que tem um patrimônio líquido de R$ 829 milhões, mantém investimentos indiretos em empresas que Tanure é sócio, como o Bordeaux Participações, controladora da Ligga Telecom.
Em 2024, a Polícia Federal chegou a abrir um inquérito, a pedido do Ministério Público Federal, para investigar se Tanure era sócio do Master. Segundo a denúncia apresentada ao MPF, o fundo Estocolmo teria comprado por diversas vezes debêntures não conversíveis em ações da Banvox.
O segundo fundo com maior exposição a papéis ligados ao Master é o FIP Multiestratégia Segóvia, gerido pela Hectare Capital. Esse tinha maior posição em CDBs do Master em maio, que somava R$ 199 milhões.
Procurados, Tanure e MAM não comentaram e a Hectare ainda não retornou o pedido de entrevista.
Fonte: Valor Econômico

