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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o fortalecimento do arcabouço fiscal como forma de dar solidez à economia do país. Após participar do lançamento da Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP), Haddad foi questionado por jornalistas sobre as projeções fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI) que indicam piora de cenário para o Brasil.
“Eu não posso responder por uma instituição”, afirmou. Segundo ele, a própria equipe econômica “tem que estar convencida” da importância da questão fiscal “para convencer alguém, como aconteceu com o arcabouço fiscal”. “Tivemos problemas internos também, que se associaram ao cenário externo mais desafiador, e estamos agora tendo que repensar essa estratégia para fortalecer o arcabouço fiscal”, disse o ministro.
Questionado sobre as respostas do governo para que essas projeções mais pessimistas não se confirmem, Haddad disse que fortalecer o arcabouço é o melhor remédio para esse momento.
“Se há dúvidas sobre o seu mecanismo de funcionamento, dissipar essa dúvida, fortalecer o instrumento, que a ancoragem das expectativas vai acabar acontecendo. Esse é um ponto de vista, uma convicção muito forte que eu tenho”, comentou.
Sobre eventuais cortes de gastos para esse ajuste, Haddad respondeu que a ação deve vir com a adequação “aos parâmetros do arcabouço” e reforçou o compromisso da Fazenda em manter as despesas abaixo das receitas.
“Nós temos que ter um compromisso para que a receita seja recomposta e a despesa siga abaixo da receita. Entre 50% e 70% da receita, para que essa aproximação retome o posicionamento de equilíbrio e nós, ali para frente, consigamos gerar um resultado primário, como já vivemos no momento de maior crescimento da economia brasileira.”
Sobre despesas que estariam ficando “fora do arcabouço”, Haddad disse que um dos únicos pontos que teriam gerado debate neste ano foi o Vale Gás, mas que isso ainda segue sendo debatido. De acordo com o ministro, o governo tirou a urgência para redesenhar e que deve submeter ao presidente Lula algo que seja mais coerente. Sobre gastos extraordinários como com as enchentes no Rio Grande do Sul e o combate e controle de queimadas, o ministro afirmou que foram gastos necessários.
Na avaliação de Haddad, apesar dos gastos extraordinários, o mercado reconhece que a meta deste ano, que todo mundo dizia que ia ser alterada, não foi alterada e teria sido “cumprida com folga se a questão da desoneração fosse enfrentada da maneira como a Fazenda propôs”.
Haddad, destacou a aprovação do segundo comunicado do G20 sob a presidência brasileira. Isso, segundo Haddad, demonstra a vantagem que o país tem dentro dos fóruns internacionais e da força de sua diplomacia e que por isso o país se beneficia na proposição de coisas novas.
“Qual foi o último G20 em que se conseguiu dois comunicados consensuados com todos os membros do G20? Sem lembrança da última vez que isso aconteceu. Detalhe, o mundo está muito mais tenso hoje do que já esteve no passado e, mesmo com as tensões todas colocadas, o Brasil, pela sua liderança, conseguiu”, destacou Haddad.
Em relação ao conteúdo do comunicado que está sendo comemorado pelos representantes brasileiros, Haddad explicou que se trata do alinhamento dos bancos e agências multilaterais sobre os problemas de crédito para países endividados e a questão dos créditos concessórios.
O ministro afirmou que são necessárias soluções urgentes para a crise climática e que a transição ecológica exige um grande esforço, especialmente de comunicação. Na avaliação do ministro, a crise climática é uma realidade e não deveria envolver divisão partidária, deveria ser um tema de convergência.
“Se tivermos consciência do que fazer, os projetos adequados. A ciência está correndo para apresentar soluções ecológicas viáveis e mais baratas”, disse. Haddad está em Washington para a reunião do FMI e do Banco Mundial.
Fonte: Valor Econômico
