BRASÍLIA – A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,83% para 4,81%. Há quatro semanas estava em 4,85%. A taxa está 0,31 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Considerando apenas as 63 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 4,82% para 4,80%.
A projeção para o IPCA de 2026 caiu de 4,29% para 4,28%. Considerando apenas as 60 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana recuou de 4,27% para 4,26%.
O Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom). No horizonte relevante, o primeiro trimestre de 2027, o colegiado espera que a inflação em 12 meses seja de 3,4%.
Na última decisão, o Copom manteve a taxa Selic em 15% e reafirmou que o cenário é marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. “O comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, enfatizou.
O colegiado também detalhou, na ata, que, “na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, no dia 10 de julho. A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 seguiu em 3,90%. A projeção para o IPCA de 2028 continuou em 3,70%. Há quatro semanas, estavam em 3.94% e 3,80%, respectivamente.
Selic
A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 14ª semana consecutiva. Considerando apenas as 71 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também seguiu em 15,00%.
A mediana para a Selic no fim de 2026 continuou em 12,25%. Considerando só as 70 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana caiu de 12,25% para 12,00%.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 33ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela 40ª semana consecutiva.
PIB
A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 continuou em 2,16%. Um mês antes, era de 2,19%. Considerando apenas as 46 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa passou de 2,16% para 2,17%.
O Banco Central diminuiu a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2,0%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre. Segundo a autarquia, a redução ocorreu devido aos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, e a sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. Esses fatores, porém, foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, disse.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também ficou estável, em 1,80%. Um mês antes, era de 1,87%. Considerando só as 43 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,79% para 1,80%.
A mediana para o crescimento do PIB de 2027 seguiu em 1,90%. Quatro semanas antes, era de 1,89%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,00%, pela 81ª semana seguida.
Dólar
A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,50 para R$ 5,48. Um mês antes, era de R$ 5,56. A estimativa intermediária para o fim de 2026 passou de R$ 5,60 para R$ 5,58. Um mês antes, era de R$ 5,62.
A projeção para a moeda americana no fim de 2027 oscilou de R$ 5,60 para R$ 5,56. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,62. A estimativa para o fim de 2028 subiu de R$ 5,54 para R$ 5,56. Um mês antes, era de R$ 5,60.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Fonte: Estadão

