12 Apr 2023 ALINE BRONZATI ENVIADA ESPECIAL WASHINGTON
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a projeção de crescimento do Brasil no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova expectativa aponta para uma expansão de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico em 2023, ante alta de 1,2%, prevista em janeiro, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado ontem.
Se confirmada, a expectativa do FMI indica uma relevante desaceleração em relação ao ano passado, quando a economia brasileira cresceu 2,9%. Para 2024, o Fundo manteve a expectativa de avanço de 1,5%.
Ao revisar para baixo a projeção o FMI espera que o crescimento do primeiro ano do governo de Lula fique abaixo do visto na estreia do antecessor, Jair Bolsonaro. Em 2019, o PIB brasileiro avançou 1,2%.
Lula voltou a criticar o FMI, na segunda-feira, em discurso sobre os 100 primeiros dias do governo. Segundo ele, se a sua gestão for se basear no que o mercado e as perspectivas do Fundo indicam para o Brasil, “é melhor desistir”. “É importante que essa gente fale, para que a gente faça diferente do que eles falam.”
Ao projetar um cenário “duro” e “nebuloso” para a economia global neste ano, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que algum ímpeto viria das economias emergentes e em desenvolvimento. Não seria o caso do Brasil, no entanto. No ritmo estimado pelo Fundo, o primeiro ano do governo de Lula posicionará o País entre os piores desempenhos de PIB entre os emergentes e em desenvolvimento em 2023, ficando à frente só de economias como a da Rússia, que sente os efeitos da invasão à Ucrânia, e da África do Sul. A previsão para o Brasil também é inferior à expectativa de crescimento das economia desenvolvidas e à média global.
A revisão do FMI reforça o coro quanto ao baixo crescimento esperado para o Brasil neste ano. O Banco Mundial divulgou na semana passada projeção de alta de 0,8% para o País. Na segunda-feira, o Itaú Unibanco anunciou uma revisão para baixo em sua expectativa para a alta do PIB do País neste ano, de 1,3% para 1,1%. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

