O preço do ouro superou a marca de US$ 3.800 por onça-troy na manhã de segunda-feira, diante do iminente risco de um fechamento do governo dos EUA que agitou os mercados e derrubou o dólar.
O ouro físico está em uma alta fulminante, valorizado em 45% este ano, alimentado por preocupações com os níveis de dívida do governo e inflação, e por questionamentos sobre o status do dólar americano como ativo de reserva.
Um dos principais motores do recente surto são os investidores ocidentais entrando maciçamente em fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro, de acordo com analistas e participantes do mercado.
“O fato de a demanda por ETFs ter reentrado em cena de forma tão contundente significa que existem duas formas de ofertas de compra ‘agressivas’ para o ouro, vindas de bancos centrais e de investidores em ETFs”, escreveram analistas do Deutsche Bank em nota para clientes.

Os influxos para os ETFs de ouro têm sido positivos pelas últimas quatro semanas consecutivas, elevando o total de ouro mantido por ETFs para perto de seus recordes em termos de tonelagem da era pandêmica. Os influxos de setembro estão se aproximando de 100 toneladas, o ritmo mensal mais rápido desde abril, de acordo com o World Gold Council, o grupo da indústria de mineradoras de ouro.
Gráfico linear de US$ por onça-troy mostrando que o Ouro está valorizado em 45% este ano
A perspectiva de um fechamento do governo dos EUA fortaleceu ainda mais o preço do ouro físico, visto como um hedge [proteção] contra o dólar e a crescente incerteza no sistema político americano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, se reunirá com legisladores na segunda-feira em um esforço para romper o impasse. O financiamento federal expirará na terça-feira se nenhum acordo sobre o financiamento de curto prazo for alcançado.
Os bancos centrais aumentaram suas reservas de ouro este ano, uma vez que o metal é visto como um contrapeso atrativo para a principal moeda de reserva do mundo, o dólar americano.
O crescente apetite dos investidores pelo ouro físico também tem sido aparente no posicionamento entre investidores especulativos, como os hedge funds, que detêm posições compradas recordes de US$ 73 bilhões, de acordo com os dados mais recentes da Commodity Futures Trading Commission.
“Eles não estão recuando nessas posições, porque discursos políticos recentes e dados de inflação apontam para juros mais baixos e inflação sustentada”, disse Michael Haigh, chefe de pesquisa de commodities da Société Générale.
John Reade, estrategista sênior de mercado do World Gold Council, disse que o medo de perder a alta, ou “Fomo” [abreviatura de “fear of missing out”], está começando a entrar no mercado, com os hedge funds que anteriormente perderam o movimento de alta dos preços do ouro agora tentando entrar.
Ele observou que o maior aumento nos ETFs ocorreu nos fundos maiores e mais líquidos, que têm taxas mais altas — os quais são tipicamente preferidos por investidores institucionais, e não por pequenos investidores.
Fonte: Financial Times
Traduzido via ChatGPT

