Bloomberg — O fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, vendeu a parte que restava de sua participação no que veio a se tornar o maior fundo hedge do mundo e deixou o conselho deda empresa, encerrando uma transição de liderança iniciada há mais de uma década.
A Bridgewater comprou as ações restantes, disse uma pessoa familiarizada com o assunto que falou com a Bloomberg Newse que pediu anonimato porque os detalhes são privados.
Separadamente, a Brunei Investment Agency, um fundo soberano, investiu na empresa, adquirindo cerca de 20% de participação, afirmou essa pessoa.
Segundo a fonte, o fundo soberano transferiu um investimento já existente que possuía em um fundo da Bridgewater e usou esse dinheiro para comprar sua participação na empresa.
OWall Street Journalfoi o primeiro a noticiar a venda da participação de Dalio e o investimento do fundo de Brunei.
A transição de Dalio para longe do fundo macro hedge foi tudo menos linear.
Ele anunciou seu plano de sucessão há mais de dez anos, mas só entregou completamente o comando em 2022, quando transferiu seus direitos de voto ao conselho de administração e deixou o cargo de um dos três co-diretores de investimentos (CIO). Na época, permaneceu no conselho.
A saída de Dalio é um momento “crucial” para o setor, dada sua influência, e o novo investimento do fundo de Brunei pode alterar a dinâmica da empresa, segundo Bruno Schneller, sócio-gerente da Erlen Capital Management, com sede em Zurique.
“A participação de quase 20% da Brunei Investment Agency introduz uma nova dinâmica, potencialmente fortalecendo o apoio financeiro da Bridgewater, mas também muda sua estrutura de propriedade em direção à influência institucional externa”, disse Schneller, cuja empresa investe em fundos hedge.
Dalio, que fundou a Bridgewater em 1975 e se tornou bilionário e um dos investidores mais influentes e bem-sucedidos do mundo, seguia uma filosofia que ele chamava de “transparência radical”, em que profissionais eram incentivados a dizer o que pensavam em discussões internas.
Nir Bar Dea, atual CEO da Bridgewater, tomou medidas nos últimos anos para suavizar alguns dos aspectos mais incomuns da cultura da empresa — incluindo o fim dos chamados “cartões de beisebol”, criados por funcionários para avaliar os pontos fortes e fracos uns dos outros.
A Bridgewater também limitou os ativos de seu principal fundo macro hedge, oPure Alpha, em uma tentativa de aumentar os retornos após anos de desempenho fraco.
Em 2024, esse fundo subiu 11,3%; e, na primeira metade deste ano, teve alta de 17%.
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“Fui muito perguntado sobre como me sinto ao passar adiante a Bridgewater depois de tê-la iniciado e desenvolvido ao longo dos últimos 50 anos”, disse Dalio em um post no blog nesta quinta-feira. “Estou entusiasmado com isso.”
Aos 75 anos, Dalio disse que segue como cliente da Bridgewater – tem investimentos em fundos da casa – e mentor.
Fonte: Bloomberg Línea

