Incertezas e “regulações rigorosas” aumentaram drasticamente os riscos para empresas estrangeiras fazerem negócios na China, mostrou hoje um relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China, em que empresários pedem que líderes chineses façam mais para tratar preocupações que “cresceram exponencialmente” nos últimos anos.
“Esse relatório surge em um momento em que o ambiente empresarial global está se tornando cada vez mais politizado, e as empresas estão tendo que tomar decisões muito difíceis sobre como, ou em alguns casos se, podem continuar a se envolver com o mercado chinês”, afirma o documento, completando que o mercado no país se tornou “menos previsível, confiável e eficiente”.
O estudo aborda preocupações levantadas por empresas europeias e dos Estados Unidos operando na China, onde o investimento estrangeiro caiu 8% no ano passado em relação ao ano anterior.
“O número e a gravidade dos riscos com os quais as empresas se veem tendo que navegar aumentaram exponencialmente nos últimos anos”, disse Jens Eskelund, presidente da Câmara Europeia na China, a repórteres em uma coletiva de imprensa antes da divulgação do relatório.
Parte do desafio de alguns empresários resulta do aumento do foco da China na segurança nacional em termos de dependência de tecnologias vitais para suas próprias indústrias. Sean Stein, presidente da Câmara Americana de Comércio na China, disse recentemente que a China progrediu na solução de algumas dessas questões, mas não em outras.
“A comunidade empresarial gostaria que ambos os lados fossem muito mais claros sobre as definições de segurança nacional e como ela é determinada. Porque o que precisamos é de previsibilidade e certeza”, afirmou Stein, de acordo com a “Associated Press” (AP).
Para Eskelund, o objetivo do relatório é tentar levar o debate sobre “de-risking” e segurança nacional ao nível de indústrias e commodities específicas para que os “diversos lados não estejam apenas lançando grandes conceitos abstratos uns contra os outros”.
“Queremos encontrar um terreno comum. Queremos trabalhar com a China nessas questões. Queremos trabalhar com a Europa nessas questões”, disse ele.
Enquanto isso, a China vem tentando enfatizar sua abertura a empresas e investimentos estrangeiros. Ontem, o Conselho de Estado da China emitiu um novo plano de ação para atrair investimentos estrangeiros, especialmente em áreas de alta tecnologia favoráveis ao crescimento.
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— Foto: Adi Constantin/Unsplash
Fonte: Valor Econômico

