Por Shinichiro Nakaba, Valor — Hiroshima (Japão)
21/05/2023 21h33 Atualizado há 11 horas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que poderá liberar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas quando voltar ao Brasil. Ele respondeu à pergunta na saída da entrevista coletiva à imprensa, que aconteceu em Hiroshima, na manhã desta segunda-feira, noite de domingo no horário de Brasília. Na noite da última quarta-feira, o Ibama negou uma licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório a cerca de 160 km da costa do Oiapoque, no Amapá, e a 500 km da foz do rio Amazonas.
Foi o último compromisso oficial no Japão, onde passou o fim de semana para participar como convidado da reunião de Cúpula do G7.
“Se extrair petróleo da foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros do Amazonas, é em alto mar, se oferece problema para o Amazonas, certamente não será explorado. Mas eu acho que sim, porque é a 530 quilômetros da Amazônia. Eu vou conversar para saber, respondeu ao Valor no momento que cumprimentava a imprensa na saída da coletiva.
A Bacia da Foz do Amazonas está localizada na chamada Margem Equatorial, que abrange todo o litoral da região Norte e vai até o Rio Grande do Norte, no Nordeste. A região é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país.
A negativa do Ibama gerou tensão política entre o Ministério de Minas e Energia e o Meio Ambiente. No Palácio do Planalto, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, tentou mediar a disputa em duas reuniões com os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Marina Silva, do Meio Ambiente. Interlocutores dizem que ele conversou a sós com cada um dos ministros, sem a presença de assessores. Silveira e Marina, por sua vez, não se cruzaram pelos corredores do Palácio.
Fonte: Valor Econômico
