Por Beth Koike — De São Paulo
Diferentemente do setor privado, a expectativa para a área pública de saúde é mais otimista. Isso porque o orçamento para o Sistema Único de Saúde subiu 30%, para R$ 218,5 bilhões neste ano – a tabela SUS passa a ser atualizada anualmente, e o governo federal retomou o Programa do Complexo Industrial da Saúde, que prevê investimentos de R$ 42 bilhões até 2026 para a produção nacional de insumos médicos básicos.
“O programa já é uma prioridade do governo, tem orçamento. Falta a execução, mas este é um ano de eleição, o que pode ajudar os projetos a saírem do papel. O mar está propício”, disse Lígia Bahia, professora associada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A advogada Camila Parise, sócia do Pinheiro Neto, também destacou a relevância da retomada do programa, criado em 2014, para impulsionar a indústria local. “Vai diminuir a vulnerabilidade do país que ficou tão evidente durante a pandemia e impactar a indústria de saúde”, disse.
O complexo econômico industrial de saúde, que faz parte do programa do governo federal para aumentar a produtividade da indústria brasileira, tem por meta ampliar a participação da produção no país para 70% das demandas nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos.
Dos R$ 42 bilhões a serem investidos, R$ 23 bilhões são da iniciativa privada, R$ 9 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 6 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 4 bilhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Fonte: Valor Econômico