Sócia da Raízen ao lado da Cosan, a Shell está debruçada em alternativas de capitalização da Raízen, que precisa ajustar seu balanço devido a um endividamento próximo de R$ 50 bilhões, apurou o Valor. A empresa britânica contratou o banco Lazard para ajudar nessa estrutura, conforme fontes.
Um dos pontos que estão sendo discutidos neste momento é buscar uma solução na qual a Shell não assuma o controle da empresa, disseram interlocutores. Uma fonte disse que a Shell estaria disposta a colocar até US$ 1 bilhão na empresa, mas quer atrair investidores para também participar do aumento de capital. No entanto, uma pessoa próxima das tratativas disse que os candidatos ao aporte até o momento não teriam interesse em toda a Raízen, mas em ativos específicos, o que não despertou o interesse da Shell.
Os acionistas aguardam para quarta-feira (5) diretrizes da empresa, segundo duas fontes a par do assunto.
Fontes de mercado apontam uma necessidade de injeção de capital de cerca de R$ 10 bilhões. A discussão ocorre em paralelo ao processo de desinvestimento que a companhia tem feito ao longo dos últimos meses. Uma das operações que negocia neste momento é na Argentina. A venda do negócio pode dar certo fôlego à companhia, mas não é considerada suficiente.
Na Cosan, a estrutura de capital está perto de ser equilibrada, com um aumento de capital com a entrada de sócios do BTG Pactual e da gestora Perfin. Com a chegada dos novos sócios na holding já está acertado que a Cosan não participará de qualquer transação, o que significa que a empresa de Rubens Ometto deverá ter sua participação diluída.
Outra saída que poderá ir para a mesa seria um aumento de capital via oferta de ações (“follow-on”), com desconto e entrega de bônus de subscrição para os potenciais investidores. No entanto, mesmo para essa alternativa, a visão é de que a chegada de um sócio estratégico seria importante para atrair novos investidores.
Procuradas, Raízen, Cosan e Shell não comentaram.
Fonte: Valor Econômico

