Os Estados Unidos continuarão a gerir uma relação econômica desafiante com a China no próximo ano através de uma comunicação “durável” e evitarão a escalada das tensões, afirmou a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, num discurso político preparado.
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A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen — Foto: Alejandro Cegarra/Bloomberg – 6/12/2023
“Nosso objetivo é tornar nossa comunicação resiliente para que, quando discordarmos, quando ocorrerem choques, evitemos que mal-entendidos levem a uma escalada e causem danos”, disse Yellen em trechos de um discurso que será proferido no Conselho Empresarial Estados Unidos-China na quinta-feira à noite, hora local.
Os trechos foram divulgados antes do discurso do Departamento do Tesouro.
Yellen planeja visitar a China no próximo ano para fortalecer a comunicação, marcando sua segunda viagem desde julho, segundo os trechos.
Os Estados Unidos e a China estabeleceram grupos de trabalho que se reúnem em intervalos regulares para discutir preocupações econômicas e financeiras. Este acordo constitui a peça central dos “canais de comunicação duráveis que podem resistir a circunstâncias desafiadoras”, disse Yellen.
Washington pressiona Pequim para corrigir práticas comerciais desleais e a administração Biden impôs restrições à exportação e ao investimento contra a China.
“Não procuramos resolver todos os nossos desacordos nem evitar todos os choques”, disse Yellen. “Isso não é de forma alguma realista.”
Yellen planeja pressionar a China para obter clareza sobre as políticas econômicas, como o que Pequim pensa fazer em relação à dívida dos governos locais do país e aos problemas do mercado imobiliário. Outra prioridade é reforçar a colaboração entre os reguladores financeiros para permitir respostas coordenadas aos choques econômicos.
Yellen tem sido uma promotora do “friendshoring” da cadeia de abastecimento de semicondutores, uma política que procura fortalecer as cadeias de abastecimento entre países com ideias semelhantes para evitar riscos geopolíticos.
Os críticos afirmam que estes esforços, juntamente com os incentivos financeiros para investir em solo americano, levarão a um distanciamento entre as duas maiores economias do mundo.
Nos trechos, Yellen diz que não deseja se distanciar da China, embora tenha reiterado que a segurança dos Estados Unidos continua a ser a principal prioridade.
A dissociação entre os países “seria prejudicial para ambas as nossas economias e teria repercussões globais negativas”, afirma Yellen.
Fonte: Valor Econômico
