O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos propuseram um novo acordo sobre minerais críticos a Kyiv, que vai muito além do esboço inicial acertado no mês passado, como parte dos esforços de Donald Trump para encerrar a invasão russa ao país.
Zelenskyy disse a jornalistas que ainda não analisou a proposta por completo, mas afirmou que ela não inclui um maior envolvimento dos EUA no setor de energia nuclear da Ucrânia — algo sugerido por Trump na semana passada.
O presidente ucraniano descreveu a nova proposta dos EUA como um “acordo amplo e abrangente”.
O Financial Times informou na sexta-feira que o governo Trump estava buscando novos termos para o acesso dos EUA a minerais críticos e ativos energéticos na Ucrânia, e cogitava ampliar suas exigências econômicas a Kyiv, possivelmente incluindo a propriedade das instalações nucleares do país.
O presidente dos EUA busca um acordo sobre minerais que possa compensar os bilhões de dólares em assistência militar fornecida a Kyiv desde o início da invasão em grande escala pela Rússia, no início de 2022.
Washington agora propôs um acordo que pula a fase inicial do esboço e avança diretamente para a definição de detalhes sobre quem deterá a propriedade e o controle de um fundo de investimento conjunto.
Zelenskyy afirmou: “Antes, tínhamos um acordo preliminar, seguido do desenvolvimento de um acordo completo. Agora, o lado americano propôs diretamente um grande acordo.”
Um porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA declarou: “Os Estados Unidos continuam comprometidos com a rápida conclusão deste acordo vital e com a garantia de uma paz duradoura tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia.”
Os EUA se recusaram a assinar o acordo inicial sobre minerais críticos após uma grave divergência na Casa Branca envolvendo Trump, o vice-presidente JD Vance e Zelenskyy. Como resposta, Washington suspendeu temporariamente a assistência militar e o compartilhamento de inteligência com Kyiv.
O acordo inicial, desenvolvido ao longo de duas semanas em fevereiro, visava abrir caminho para discussões sobre garantias de segurança dos EUA à Ucrânia após o fim da guerra com a Rússia.
A Casa Branca argumenta que garantias de segurança estão implícitas em qualquer acordo sobre minerais críticos, já que o investimento econômico dos EUA na Ucrânia serviria como fator dissuasivo contra novos ataques da Rússia.
Kyiv, no entanto, ainda não aceitou plenamente esse argumento e exige garantias adicionais por parte dos EUA — que, até agora, não foram fornecidas.
Embora muitos detalhes da nova proposta americana ainda não estejam claros — com autoridades ucranianas analisando o extenso documento —, houve alívio pelo fato de ela não incluir a transferência de usinas nucleares para os EUA.
No entanto, autoridades estão preocupadas com a possibilidade de seus esforços para garantir uma versão do acordo original da administração Trump serem agora descartados e substituídos por uma proposta com exigências econômicas maiores.
Um funcionário ucraniano familiarizado com o assunto disse que Washington chegou a mencionar a questão nuclear nas conversas, mas não a incluiu na nova proposta.
No entanto, não se descarta que o tema possa voltar a ser abordado em futuras negociações relacionadas aos esforços de Trump para encerrar a agressão russa na Ucrânia.
Na semana passada, houve confusão após uma ligação entre Trump e Zelenskyy, quando o presidente americano afirmou ter discutido a possibilidade de assumir o controle das instalações nucleares da Ucrânia.
Zelenskyy esclareceu que os dois líderes discutiram apenas a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, que atualmente está sob controle das forças russas.
Fonte: Financial Times
Traduzido via ChatGPT

