Por Mike Cherney, da Dow Jones Newswires — Sidney
22/05/2023 15h28 Atualizado há 18 horas
Os Estados Unidos assinaram nesta segunda-feira (22) um acordo de segurança com a Papua-Nova Guiné que dará a Washington maior influência na região do Pacífico, região que está sendo duramente disputada entre EUA e China.
Durante a visita do secretário de Estado, Antony Blinken, a Papua-Nova Guiné, foram assinados acordos de cooperação em defesa e segurança marítima com o país, localizado ao norte dos principais portos aliados dos Estados Unidos no Pacífico atravessando importantes rotas marítimas. O principal diplomata dos EUA viajou para o país, depois que o presidente Joe Biden cancelou uma viagem planejada para voltar a Washington e continuar com as discussões sobre o aumento do teto da dívida.
Detalhes do acordo de cooperação em defesa não foram divulgados, mas os tratados geralmente abrem caminho para ações como treinamento militar e compartilhamento de informações, enquanto estabelecem uma estrutura para os EUA acessarem as instalações do país anfitrião. Em um comunicado, o Departamento de Estado disse que o acordo facilitaria exercícios militares em conjunto e permitiria que os EUA consigam ser mais ágeis na prestação de assistência humanitária e ajuda contra desastres.
O acordo “reflete o compromisso dos EUA de revigorar e modernizar nossas parcerias democráticas em todo o mundo”, disse o Departamento de Estado.
O acordo de segurança marítima, por sua vez, permitirá que Embarcações da Guarda Costeira dos EUA ajudem Papua-Nova Guiné a patrulhar as águas costeiras e impedir atividades ilícitas, como a pesca ilegal.
Os acordos representam o mais recente esforço americano de responder à crescente influência chinesa no Pacífico, que possui bases militares que podem desempenhar um papel importante em qualquer conflito futuro sobre Taiwan. O presidente Biden organizou pela primeira vez em 2022 uma cúpula para líderes do Pacífico na Casa Branca, onde revelou uma ampla estratégia para a região e um grande pacote de ajuda. A cúpula deve ocorrer novamente neste ano.
Nos últimos anos, a China expandiu a presença diplomática e despejou dinheiro em aeroportos, telecomunicações, resorts e outros negócios e infraestrutura em todo o Pacífico. No início do ano passado, Pequim firmou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão – um país ao leste de Papua-Nova Guiné – que permitia o acesso de forças de segurança chinesas no país. Esse acordo gerou apelos de analistas de política externa e de algumas autoridades de nações da região para que Washington aumentasse o envolvimento local.
Fonte: Valor Econômico

