Na tentativa de aliviar as tensões econômicas, os Estados Unidos e a China concordaram em reverter algumas das medidas punitivas aplicadas entre si e estender a trégua comercial alcançada no mês passado, disseram autoridades de ambos os países nesta terça-feira, 10.
Após dois dias de uma maratona de negociações em Londres, no Reino Unido, as principais autoridades econômicas dos dois países devem agora apresentar as bases para um novo acordo aos seus líderes, os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, para aprovação final.
Os novos termos, cujos detalhes completos ainda não foram divulgados, tem o objetivo de consolidar um acordo firmado em Genebra, na Suíça, em 12 maio, que se desfez nas últimas semanas.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que integrou a equipe de negociação, afirmou que as preocupações americanas com as restrições chinesas à exportação de minerais de terras raras e ímãs foram resolvidas.
“Chegamos a um estágio conceitual para implementar o consenso de Genebra”, disse Lutnick a repórteres em Londres, descrevendo o acordo como um “aperto de mão”.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-premiê Chinês, He Lifeng, apertam as mãos enquanto posam para uma foto durante as discussões comerciais na Lancaster House, em Londres, na segunda-feira, 9 Foto: Departamento do Tesouro dos EUA/AFP
Ele acrescentou que Trump e Xi Jinping seriam informados sobre o acordo antes que ele entrasse em vigor.
“Eles estavam focados em tentar cumprir o que o presidente Xi disse ao presidente Trump”, disse Lutnick. “Acho que ambos os lados tinham um ímpeto extra para fazer as coisas.”
O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, que também participou das discussões, afirmou que o foco está em garantir o cumprimento do acordado em Genebra sobre exportações e tarifas de minerais de terras raras. Ele afirmou que as duas partes manterão contato regular enquanto tentam resolver suas divergências econômicas.
A pausa de 90 dias em algumas tarifas, acordada em Genebra, está prevista para expirar em agosto. Greer disse que caberia a Trump decidir se ela seria prorrogada à medida que as negociações adicionais prosseguissem.
Discurso chinês adota cautela
A agência de notícias oficial chinesa Xinhua divulgou um comunicado cauteloso, afirmando que os dois países haviam concordado “em princípio” — termo usado pela mídia estatal e diplomatas para indicar que os detalhes ainda não foram acertados. Segundo a Xinhua, as discussões foram “profissionais, racionais, aprofundadas e francas”. A mídia estatal chinesa costuma usar o termo “franco” quando há divergências consideráveis.
Os países fizeram o anúncio pouco antes de o governo Trump obter uma vitória inicial, porém importante, na disputa pela legalidade de suas tarifas.
Em Washington, um tribunal federal de apelações concordou na terça-feira em permitir que Trump mantenha muitas dessas taxas de importação, que um tribunal inferior declarou ilegais no final de maio.
A suspensão preservará o ponto central da agenda comercial do presidente enquanto advogados federais lutam com Estados e empresas que alegam ter sido prejudicados por tarifas que Trump não tinha autoridade para emitir.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, que liderou a delegação americana, abandonou as negociações na noite de terça-feira e retornou a Washington para audiências no Congresso na quarta-feira. Do lado chinês, as negociações foram lideradas por He Lifeng, vice-primeiro-ministro responsável pela política econômica.
No front da guerra comercial
Os dois lados buscavam uma solução para as dolorosas medidas econômicas que haviam imposto um ao outro nos últimos meses. Depois que Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses em abril, Pequim reprimiu as exportações de minerais e ímãs essenciais, ameaçando fechar as operações de fabricantes americanos, empresas de defesa e outros.
Em uma reunião em Genebra no mês passado, autoridades americanas e chinesas concordaram em reduzir tarifas e outras medidas retaliatórias. Mas autoridades do governo Trump ficaram consternadas com a escassez de embarques chineses de minerais de terras raras e dos ímãs feitos com eles, e acusaram a China de violar o acordo em Genebra.
Autoridades americanas responderam reprimindo as exportações de produtos e tecnologias americanas para a China, incluindo software para a fabricação de semicondutores, gases como etano e butano, e componentes nucleares e aeroespaciais. Autoridades americanas também propuseram proibir a matrícula de estudantes chineses nos Estados Unidos.
O governo chinês negou que suas medidas sobre terras raras tivessem como alvo os Estados Unidos e disse que autoridades americanas foram as que quebraram o acordo feito em Genebra.
A dependência americana da China em metais e ímãs de terras raras deu a Pequim uma ferramenta formidável para pressionar a economia americana, cortando repentinamente muitos desses fornecimentos desde o início de abril.
Os Estados Unidos possuem uma única mina de terras raras em Mountain Pass, Califórnia, e têm capacidade muito baixa para processar o material em produtos químicos necessários e, posteriormente, em ímãs.
Ainda não está claro se a estrutura mais recente será mantida, e analistas estavam céticos que um pacto mais amplo fosse iminente.
“Dois dias de negociações são melhores do que nenhum, mas, francamente, já vimos negociações tão longas no passado”, escreveu Henrietta Treyz, diretora de política econômica da Veda Partners, em nota de pesquisa. “Há muito tempo gasto traduzindo, confirmando significados e reiterando o enquadramento que ocorre nessas negociações, o que as torna demoradas, mas, em última análise, preservam muito do status quo, que parece ser o que saiu de Londres.”
c.2025 The New York Times Company
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Fonte: Estadão

