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Em meio à eleição presidencial mais incerta de sua história, os EUA votam hoje sem que tenham sequer um quadro claro de quando conhecerão o resultado da votação. Com as pesquisas indicando um persistente empate técnico na disputa presidencial entre a democrata e atual vice-presidente americana, Kamala Harris, e o candidato republicano e ex-presidente, Donald Trump, analistas indicam que a apuração pode demorar dias – ou até mesmo semanas.
Espera-se que a contagem em todos os 50 Estados seja cercada de contestações judiciais, pedidos de impugnação e validação de votos, desinformação e manifestações de grupos vinculados aos dois candidatos. Esse quadro se agrava em sete Estados-chave – Pensilvânia, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Nevada Arizona e Michigan -, que devem efetivamente resolver a eleição e onde as pesquisas mostram empate técnico, com os candidatos se alternando na liderança numérica desde o início da campanha.
A eleição presidencial nos EUA não é direta. Vence o candidato que reunir pelo menos 270 delegados estaduais ao Colégio Eleitoral. Em regra geral, o candidato vencedor em um Estado obtém o voto de todos os seus delegados.
Até ontem, pelo menos 78 milhões de eleitores já tinham votado antecipadamente. O número representa quase a metade dos cerca de 160 milhões que votaram na eleição presidencial de 2020. Para este ano, 240 milhões de eleitores estão aptos a votar.
Pesquisas nacionais também não ajudam a dissipar as dúvidas. Kamala e Trump se alternam na liderança desde 21 de julho, quando ela assumiu a candidatura. Ontem à noite, o agregador de pesquisas RealClearPolitics registrava um empate entre os dois candidatos, com 48,5% cada. Esse cenário torna também imprevisível a composição da Câmara – que se renova totalmente – e do Senado, que elegerá 33 de seus 100 integrantes para um mandato de 6 anos.
O enredo de tensão da passou pela substituição do candidato democrata, duas tentativas de assassinato de Trump, processos criminais e uma profusão de notícias falsas, insultos e ameaças em um grau bem acima da média das campanhas americanas.
Economia e imigração foram dois dos temas predominantes da campanha, com o Trump acusando o governo de Biden/Kamala de “destruir o país”, elevando a inflação e aumentando impostos. Além disso, em declarações repletas de desinformação, a campanha de Trump disseminou a ideia de que o governo atual “abriu as fronteiras americanas a ladrões e estupradores estrangeiros” – incluindo a notícia falsa de que haitianos estavam “comendo animais de estimação” na cidade de Springfield, em Ohio.
Fonte: Valor Econômico

