Pesquisa que avalia o efeito protetor das vacinas modificadas descobriu que elas provavelmente oferecem uma pequena vantagem em relação aos imunizantes já existentes
Por Kanoko Matsuyama, Bloomberg
30/08/2022 15h12 Atualizado há 17 horas
Quão mais eficiente é uma vacina específica contra a variante ômicron da covid-19? Uma pesquisa que avalia o efeito protetor de vacinas modificadas para variantes descobriu que elas provavelmente oferecem apenas uma pequena vantagem em relação aos imunizantes já existentes.
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Os anticorpos que neutralizam o coronavírus aumentam cerca de 11 vezes após uma dose de imunizante feito a partir da cepa original de Wuhan e aumentam mais 1,5 vez quando a dose é modificada a partir de uma variante, descobriram pesquisadores do Instituto Kirby da Universidade de Nova Gales do Sul.
“Uma dose de reforço modificada pela variante fornece apenas uma melhoria marginal”, disse Débora Cromer, chefe do grupo de análise de políticas de epidemiologia e infecções do instituto em Sydney, que liderou o estudo. A pesquisa analisou dados de oito estudos envolvendo vacinas da Sanofi-GSK, Moderna e Pfizer-Biontech.
As descobertas, divulgadas online antes da revisão e publicação por pares, somam-se aos dados que mostram que um reforço contra a covid-19 protege as pessoas de ficarem gravemente doentes ou de morrerem por pelo menos seis meses. Eles ainda ressaltam a importância de doses adicionais para combater as cepas hiper-infecciosas da ômicron, que são mais resistentes aos anticorpos desenvolvidos por vacinação ou por infecções anteriores.
“Seja um reforço contra a cepa original ou um reforço modificado por variantes, doses adicionais aumentam os níveis de anticorpos”, disse Cromer em entrevista. “O que me preocupa é que a população venha a dizer: ‘Não quero mais receber uma dose de reforço da variante original, quero esperar por uma vacina modificada’, e, com isso, haverá risco de não receberem nenhuma vacina, porque as mais novas ainda não estão disponíveis.”
A FDA, a agência para alimentos e medicamentos dos EUA, recomendou incluir uma vacina específica para a ômicron dentre as disponíveis em junho. Já o Japão pode começar a aplicar esses imunizantes a partir de setembro, avançando seu cronograma a partir de meados de outubro, segundo noticiado pelo jornal Yomiuri na terça-feira.
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Reino Unido liberou vacina modificada da Moderna para combater a ômicron neste mês — Foto: Hans Pennink/AP Foto
Fonte: Valor Econômico