No despacho, a área técnica do Cade também cobrou informações a respeito da oferta hostil de aquisição da Hypera pela EMS
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) cobrou mais informações da EMS e deixou claro que a farmacêutica não poderá exercer direitos políticos na HyperaCotação de Hypera, concorrente, até uma decisão final da autarquia antitruste.
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O imbróglio ocorre no âmbito de um ato de concentração apresentado pela empresa, por meio do Dodgers Fundo de Investimento em Ações, que adquiriu, no fim de março, mais 2% de sua participação na Hypera, elevando a parcela minoritária de 4% para 6%.
Após a EMS declarar que a operação era somente financeira, de aumento de participação minoritária, a Hypera reagiu ao Cade e disse que a intenção da empresa controlada pelo empresário Carlos Sanchez era, na verdade, exercer poder societário na sua concorrente direta.
No despacho, a área técnica do Cade também cobrou informações a respeito da oferta hostil de aquisição da Hypera pela EMS, em outubro, que acabou não ocorrendo, bem como “demais notícias sobre exercício de direitos políticos, conforme informado pela Hypera, informando possíveis efeitos concorrenciais nos mercados de medicamentos”.
A Hypera alegou ao Cade que as informações apresentadas pela EMS narravam a operação “de maneira incompleta, inapropriada e contraditória”. “A aquisição narrada, em verdade, se insere em um contexto mais amplo, que deve ser relembrado: o Sr. Carlos Sanchez tentou e insistiu em realizar uma já recusada combinação de negócios do Grupo NC e da Hypera”, afirmou a empresa ao Cade no fim de março.
O superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, também cobrou que a EMS apresente as estruturas de oferta, nos mercados afetados pela operação, contendo também os dados de participação conjunta de mercado das duas empresas.
Procurada, a EMS ainda não se manifestou.
Fonte: Valor Econômico