Pesquisa exclusiva mostra que valor, por funcionário, passou de R$ 330,44 em 2021, para R$ 367,73, em média, em 2023
Por Jacilio Saraiva, Para o Valor
05/08/2023 07h15 Atualizado há 2 dias
As empresas brasileiras estão reforçando aportes em iniciativas de saúde, qualidade de vida e bem-estar dos empregados. O valor, por funcionário, para bancar ações do gênero, passou de R$ 330,44 em 2021, para R$ 367,73, em 2023, em média, um salto de 11,2%. Além disso, quase metade ou 49% dos empregadores pretendem aumentar os orçamentos no setor, nos próximos 12 meses.
É o que indica pesquisa da consultoria de saúde Mercer Marsh Benefícios, realizada durante o primeiro semestre. O estudo, obtido com exclusividade pelo Valor, ouviu 850 grandes e médias companhias no país, que empregam juntas quatro milhões de profissionais. Do total, a maioria (60%) tem faturamento acima de R$ 100 milhões.
“Entre os principais impulsionadores para o aumento [do valor investido] está a retomada da oferta de ações, como soluções de atividades físicas no formato presencial”, diz Rosimeire Muricy, superintendente de consultoria da Mercer Marsh Benefícios. Outro indicador importante que encontramos nos dados coletados foi a estruturação de iniciativas alavancadas durante a pandemia, como na área de saúde mental, explica.
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Especialisa relata que entre os principais impulsionadores para o aumento do valor investido em bem-estar está a retomada da oferta de ações, como soluções de atividades físicas no formato presencial — Foto: Freepik
Além dos cuidados com a saúde mental e o incentivo a exercícios, a pesquisa mapeou outras diretrizes encampadas pelas organizações, como o monitoramento de doenças crônicas, rodas de conversas sobre bem-estar, check-ups, práticas de ergonomia e ações para os familiares dos funcionários.
Cuidados renovados
Em relação às principais movimentações nas cestas de benefícios em 2022, a análise aponta um maior foco das diretorias em dois pilares: assistência médica e flexibilidade.
“As principais mudanças foram os investimentos em programas de saúde e de bem-estar, implantados por 55% das empresas; e o redesenho da assistência médica [50% fizeram alguma mudança], tendo como motivadores o bem-estar dos colaboradores e a contenção de custos”, afirma.
No âmbito da flexibilidade, o levantamento constatou que as organizações continuam contratando serviços de telemedicina, com a oferta de benefícios como o auxílio home office no retorno ao trabalho híbrido, diz Muricy.
Das companhias analisadas, 73% oferecem a possibilidade de trabalhar em casa, enquanto o contingente que indica a volta aos escritórios mostra que 84% definiram esquemas de dois a três dias presenciais.
“Os benefícios flexíveis também aparecem em um momento mais maduro, com novas empresas implementando o padrão”, afirma. Da parcela de 3% de companhias que ofertam a modalidade, 60% implantaram nos últimos dois anos, enquanto 32% das firmas desejam adotá-la.
Uma das novidades da pesquisa é que 7% das corporações têm políticas ou ações para os donos de pets e 52% dessas empresas passaram a permitir a visita dos animais ao escritório, com a criação de facilidades como a licença “PETernidade”, em casos de adoção; flexibilidade no expediente para visitas ao veterinário e auxílio financeiro a fim de cobrir despesas como seguros, medicamentos e vacinas.
Diante do cenário apresentado no estudo, a recomendação da especialista para as companhias que investem em benefícios para as equipes é buscar um equilíbrio nas equações “custo-atratividade” e “satisfação-inovação”. “[É preciso] conhecer o perfil diverso da população de trabalhadores e oferecer benefícios alinhados à cultura da empresa, mas que façam sentido para todos.”
Fonte: Valor Econômico