Por Cibelle Bouças — De Belo Horizonte
29/09/2023 05h01 Atualizado há 2 horas
Empresários das empresas de médio porte do país estão um pouco mais confiantes no ambiente de negócios no segundo semestre deste ano do que estavam na primeira metade de 2023. O Índice de Confiança da Média Empresa (ICME), calculado pela Fundação Dom Cabral (FDC), avançou 3,4 pontos no segundo semestre do ano, para 45 pontos. A instituição pondera que, apesar do índice ainda indicar um certo pessimismo, há uma tendência de mudança para uma perspectiva mais otimista no futuro.
“É importante notar uma recuperação das condições atuais e, especialmente, o avanço das expectativas futuras em todas as regiões. Essas evidências continuam indicando a tendência de melhoria na confiança no contexto econômico, político, social e competitivo para as médias empresas para os próximos seis meses”, diz a professora da FDC e uma das líderes do estudo, Áurea Puga.
O índice vai de zero a 100, sendo que a pontuação acima de 50 indica otimismo e, abaixo de 50, pessimismo em relação ao ambiente de negócios. A FDC ouviu 957 empresas de médio porte entre 31 de julho e 28 de agosto.
O Índice de Condições Atuais (ICA), que considera macroambiente, microambiente, dinâmica setorial e custo do negócio, aumentou 2,3 pontos, para 41,9. De acordo com a FDC, houve melhoria no índice graças à menor pressão inflacionária e a uma avaliação menos negativa sobre os impactos nas médias empresas das turbulências políticas e sociais.
Já o Índice de Expectativas Futuras (IEF), que também leva em conta macroambiente, microambiente, dinâmica setorial e custos do negócio, avançou 4,6 pontos, para 48,2. O aumento indica que as empresas esperam melhora no cenário nos próximos meses.
De acordo com a FDC, de modo geral, os dados indicam uma percepção de melhora ou um alinhamento de expectativas em relação ao cenário econômico, político e social nacional e internacional, e maior clareza sobre a situação fiscal, a inflação e o câmbio.
Segundo a pesquisa da FDC, houve melhora na confiança em todos os segmentos. No setor de indústria, o avanço foi de 3,9 pontos, para 44,2 pontos. No comércio, houve aumento de 2,3 pontos, para 42,6 pontos, e no setor de serviços, o avanço foi de 3,5 pontos, para 47,5 pontos.
De acordo com Puga, o aumento da confiança empresarial na indústria está relacionado ao otimismo em relação à reforma tributária, à redução da taxa de juros e à relativa estabilidade cambial.
Ela também considerou que a pontuação mais baixa do comércio ante outros setores reflete a redução do consumo gerada por desemprego e endividamento das famílias, bem como a crise em grandes varejistas nacionais.
Entre as regiões, o Nordeste apresentou o índice de confiança mais alto, de 47,9 pontos, com aumento de 4,9 pontos em relação à leitura do primeiro semestre. Em seguida aparecem o Sudeste, com 46,4 pontos (avanço de 3,2 pontos), o Centro-Oeste, com 45,2 pontos (aumento de 3,4 pontos). No Sul, índice de confiança atingiu 42,3 pontos, com incremento de 2,8 pontos. A região Norte teve o índice mais baixo de confiança, de 40,7 pontos, com incremento de 0,9 ponto.
Fonte: Valor Econômico

